Terça-feira, 11 de Agosto de 2015


(Dt 31,1-8; Sl [Dt 32]; Mt 18,1-5.10.12-14) 
Memória de Santa Clara, virgem e fundadora.


A 1ª leitura nos coloca, hoje e amanhã, nos capítulos finais do Deuteronômio, da despedida de Moisés e passagem da condução do povo de Deus para Josué. Moisés dirigi-lhe palavra de entusiasmo e confiança no Senhor. Como nós precisamos, às vezes, de quem nos faça avançar no caminho da vida e das situações a serem enfrentadas...

Santo Inácio de Loyola dizia que devemos esperar tudo de Deus e pedir com confiança imensa tudo que precisamos; porém, devemos fazer tudo que somos capazes de fazer, como se Deus não fizesse nada. Bem antes de Inácio, Santa Clara viveu essa confiança. A esperança que carregamos não pode ser um pretexto para permanecer parado, esperando que Deus intervenha sem que nós façamos nenhum esforço.

Na figura da criança do evangelho percebemos que a coragem cristã se faz acompanhar de uma significativa humildade. Não temos a pretensão de ter o controle sobre tudo, mas saber que Deus é quem na realidade realizará comigo e conforme o Seu querer.

Neste dia queremos pedir a graça da verdadeira confiança filial, fonte de tranquila coragem. Saber-nos colaboradores de Deus na obra que Ele deseja realizar por nós, com humildade e com entusiasmo, com esperança e com dinamismo.


Peçamos também a Santa Clara a intercessão de colocar-nos na presença do Senhor e aprender a amar no seu jeito contemplativo de viver. “Coloca os teus olhos diante do espelho da eternidade, coloca tua alma no esplendor da glória, coloca o teu coração naquele que é a figura da divina substância e, transformada interiormente por meio da contemplação, na imagem da sua divindade. Então também tu provarás aquilo que está reservado somente aos amigos e gozarás a secreta doçura que Deus mesmo reservou desde o início para aqueles que o amam. Sem conceder nem mesmo um olhar às seduções que, neste mundo falaz e irrequieto, estendem laços aos cegos que atacam seu coração, ama por inteiro aquele que por teu amor se deu” (santa Clara de Assis, Carta a Santa Inês de Praga).


Pe. João Bosco Vieira Leite