(Nm 13, 1-2.25—14,1.26-30.34-35;
105[106]; Mt 15,21-28)
Nesse texto entrecortado da 1ª leitura aparece a comprovação
de que aterra prometida é também uma terra a ser conquistada, só que eles
esquecem com Quem essa conquista será realizada, medem as próprias forças e se
rebelam, como se tivessem caído numa armadilha. No nosso caminhar na fé, quando
as coisas se complicam, tal sentimento pode se tornar presente. Para muitos é
difícil perseverar no ideal em meio às dificuldades, muitas vezes porque nossa
confiança não está em Deus, mas no nosso próprio desempenho ou daquele que está
à frente. A perseverança é um dom precioso, devemos cultivá-la e pedir a Deus a
constância, pois coisas mudam e nós também mudamos.
Quantos hoje não se casam, mas convivem simplesmente pela
falta de coragem de comprometer-se com um matrimônio indissolúvel: não
acreditam na graça de Deus. E o divórcio é a resposta, em algumas situações,
para a incapacidade de manter-se firme pois julga que os desafios sejam grandes
demais.
A falta de fé “fere” o coração de Deus, e o autor sagrado
justifica esse longo período no deserto como uma iniciativa do próprio Deus
para purificar uma geração. O salmo
lembra esse pecado, esse esquecimento de quem é Deus. Bem outra é a fé da
mulher pagã no evangelho. Não tem direito a nada, ela reconhece; Jesus não lhe
promete nada, mas na sua insistência plena de fé obtém a cura da filha e o
elogio do Senhor. Os textos nos convidam a refletir sobre o quanto nossa fé se
apoia em Deus e quanto somos capazes de saber do que Ele é capaz e que por isso
insistimos, perseveramos no que nos é proposto. Amém.
Pe. João Bosco Vieira Leite