19º Domingo do Tempo Comum – Ano B


(1Rs 19,4-8; Sl 33[34]; Ef 4,30—5,2; Jo 6,41-51)


1. Algumas narrativas proféticas nos deixaram textos belíssimos e atuais sobre nossa relação com Deus e resposta ao seu chamado.
* Para ilustrar o discurso eucarístico de João no cap. 6, temos a experiência do profeta Elias. O texto recolhe a dramática situação do profeta cansado, rejeitado e perseguido, a ponto de desejar morrer.
2. Há por trás dessa cena toda uma história de injustiças sociais, corrupção religiosa e moral no tempo do rei Acab que o profeta teve que denunciar.
* Enfraquecido diante do quadro enfrentado, ele resolve fazer um caminho espiritual, uma peregrinação ao mesmo monte onde Moisés se encontrou com Deus, para fortalecer a sua fé.
3. É no meio da travessia que lhe vem um desalento, era demais o que Deus pedia dele. Um retrato de alguns desertos que atravessamos, onde nos deparamos com situações difíceis;
* onde nos desencantamos de pessoas, instituições... o desejo de largar tudo. Assim como Deus não abandona o seu profeta, mesmo permitindo que atravesse situações difíceis, assim se dá conosco.
4. No simbolismo do n. 40 está uma vida inteira, onde sentimos fome, sede, não só de pão e de água, em que não sabemos que atitude tomar, desanimamos, desesperamos.
* O alimento do profeta é a Palavra que Deus lhe dirige, que dirige a nós em cada momento para comunicar-nos força e infundir coragem. Luz, conforto, energia e esperança habitam o pão da Palavra para quem o busca...
5. É pela força e pela graça do Espírito Santo que habita no texto inspirado, que Paulo lembra a comunidade de Éfeso, a condição do cristão.
* Há vícios que devem ser evitados e virtudes que devem ser praticadas. Ele situa ações no campo do falar que podem tornar insuportável a convivência, mas lembra outras que se inspiram na misericórdia de Deus para conosco. Um texto de reflexão prática.
6. Jesus tendo afirmado ser o verdadeiro pão do céu provocou a reação dos judeus. Que pretende, pensavam. Jesus deixa transparecer a sua divindade por sua relação com o Pai.
* Eles se escandalizam com tal pretensão. Deus não se revelaria num homem comum. Na nossa busca de Deus algumas coisas facilitam e outras se tornam um obstáculo.
7. Jesus nos revela que encontra-lo é um dom que Deus concede a alguns, particularmente se o descobrimos como pão do caminho, da vida.
* Quando encontramos, primeiramente na sua palavra, a fonte do viver, o sentido do caminhar. O pão da eucaristia reforça essa fé e busca uma comunhão mais íntima, levando a vida a um sentido mais pleno.
8. Ele oferece o que o maná não pode oferecer: a vida eterna, a plena realização do criado no criador. Para isso ele veio na fragilidade de nossa carne.
* Se rebaixando para nos elevar, nos convida a essa aventura da fé, que não é linear, mas que nos desafia a nos levantarmos e recomeçar alimentando-nos continuamente dele, de sua palavra.

Pe. João Bosco Vieira Leite