(Js 3,7-11.13-17; Sl
113A(114); Mt 18,21-191)
Na sequência que estamos acompanhando da sucessão de Josué a
Moises, temos o episódio da travessia do Jordão com tons de recordação da
travessia do Mar vermelho. A Arca, presença de Deus no meio do seu povo, ganha
um especial destaque. As coisas parecem se repetir e ao mesmo tempo são
diferentes, são novas, porque Deus não se repete. Nosso olhar “embaçado” pela
rotina às vezes custa a ver o diferente contido no cotidiano da existência, da
criação que nos cerca em sua explosão de cores e diversidades. Custamos até
mesmo a perceber que nós não somos mais os mesmos.
A presença da Arca em meio ao povo nessa travessia, serve de
sinal para quem haverá de vencer os obstáculos para a posse definitiva da nova
terra: a presença de Deus e a união com Ele. A Arca traz em si as tábuas da
Aliança, onde a vontade de Deus se expressava em seu caráter de amor e
liberdade. Todo amor traz consigo suas exigências e é preciso estar atento às
suas necessidades.
Pedro sentiu o peso em seu coração ao ouvir de Jesus sobre a
necessidade do perdão contínuo na vida comunitária. O amor tem suas exigências
e que nos levar para além daquilo que pensávamos ser o máximo que podíamos ir.
Não esqueçamos que a “travessia” não se dá por um esforço pessoal, mas pela
presença do Amado que quer nos guiar à outra margem. Deus abençoe o seu dia e
fortaleça o seu coração.