(Jz 11,29-39; Sl 39[40]; Mt 22,1-14)
São Bernardo, abade e doutor
Eis um texto difícil de entender, esse da 1ª leitura, pois o
Antigo Testamento, Deus por consequência, não admitia os sacrifícios humanos,
praticados por alguns povos vizinhos. O final da narrativa é comovente, pois
sendo filha única não poderá deixar descendência. Não podemos ser exatos se o
texto vai contra o uso pagão dos sacrifícios humanos ou simplesmente denuncia a
crueldade humana. Diz a bíblia do Peregrino: “A filha de Jefté e suas
companheiras ainda continuam vagando pelos montes”.
Esse texto nos coloca atentos ao que prometemos a Deus e o
que Deus, de fato, gostaria de receber da nossa parte como oferenda e
reconhecimento de seu amor. Só quem aprendeu a escutar de fato a Palavra de
Deus por Jesus encontrará o atual discernimento necessário.
Jesus continua fazendo suas comparações a respeito do Reino
de Deus e esta parábola tem um final inesperado com esse convidado que não
porta o traje da festa. A lógica da narrativa nos levaria a crer que o mesmo
não teve o tempo devido e a sua expulsão seria uma injustiça. Mas lendo na
perspectiva do Reino e da proposta de Jesus e do pensamento Paulino, é
necessário “revestir-se” de um outro modo de ser e viver para entrar na
verdadeira dinâmica do Reino, na festa que Deus mesmo quer nos oferecer nas
núpcias do Cordeiro. Que esforço tenho feito para revestir-me de uma verdadeira
vida cristã?
Pe. João Bosco Vieira Leite