(1Ts 4,13-18; Sl 95[96]; Lc
4,16-30) 22ª Semana do Tempo Comum.
O texto que nos é oferecido como 1ª leitura trata do
mistério central da nossa fé e que esteve presente também na pregação de Paulo:
A ressurreição de Cristo. Sobre esta afirmação Paulo amplia sua reflexão para
dizer que, por causa de Cristo, nós também ressuscitaremos. Se os seus ouvintes ou leitores tinham alguma
dúvida sobre o destino final dos que nele morrerem, fica a afirmação: com
Cristo ressuscitaremos.
Agora iniciamos a leitura do evangelho de Lucas e somos
lançados, por assim dizer, ao início de sua missão. Estamos em Nazaré, ele é
reconhecido e acolhido por seus conterrâneos. A partir do texto de Isaias ele
apresenta seu itinerário. É bem provável que Jesus percebe no coração dos seus
ouvintes um estranho desejo que aquele cuja fama de milagres o precede, faça
ali tantos milagres como fez em outros lugares. Parece que um certo desejo de
“posse” ou privilégio se esconde no acolhimento e no maravilhar-se com suas
palavras.
Jesus vai na contra mão dos seus desejos e de repente muda
também os sentimentos. O afeto possessivo vira ódio violento. Querem matá-lo.
Essa experiência de mudança brusca de sentimentos já vimos em alguns dramas
passionais, quanto mais forte é o afeto possessivo, tanta mais violenta é a
reação contrária.
A questão não é ter Jesus, mas ser com Jesus, não fazendo
dele uma posse nossa a satisfazer nossos desejos pessoais, mas comungar de sua
alegria, também da Igreja, de sua palavra e de sua graça chegar também a
outros. Ao terminar esse mês vocacional rezemos por todos aqueles que de forma
mais engajada estão comprometidos com a evangelização.
Pe. João Bosco Vieira Leite