Sexta-feira, 07 de Agosto de 2015


(Dt 4,32-40; Sl 76[77]; Mt 16,24-28) – 18ª STC


O autor do Deuteronômio (1ª Leit.) atribui a Moisés essa contínua lembrança ao povo escolhido da ação de Deus a seu favor (amor pessoal) e como é importante manter a Aliança, renunciando aos próprios caprichos, escutando a voz de Deus e conformando-se às divinas instruções que indicam o justo caminho da fidelidade.
Não é possível permanecer no amor sem renunciar ao egoísmo. Não é possível manter-se uma ótima relação com a pessoa amada se não se busca corresponder aos seus desejos, quando esses são sensatos.
Com a vinda de Jesus, essa reação pessoal com o próprio Deus se tornou mais evidente, mais forte, mais íntima. A encarnação do Verbo permitiu uma comunicação mais clara do amor do Pai por nós. Para permanecer nesse amor Jesus pede tomar a nossa cruz e segui-lo, renunciando ao egoísmo, não colocando mais o nosso “eu” ao centro de tudo. Por Ele é possível aprendermos a perder para reencontrar.
Nesse paradoxo se encontra uma revelação para nós. É Verdade que Deus nos criou para a felicidade e o amor, mas quem busca só a própria felicidade se afasta do amor, pois o amor pede a renúncia da busca da própria felicidade. Somente buscando progredir no amor é que se encontra a felicidade.

Também hoje é preciso rever o nosso caminhar na presença de Deus. Como o discípulo amado, João, recostar-se no seu peito e ouvir do seu coração o que é preciso deixar, perder, renunciar para reencontrar na visão da lógica divina, o sentido da minha vida, do meu caminhar.

Pe. João Bosco Vieira Leite