(Dt 4,32-40; Sl 76[77]; Mt 16,24-28)
– 18ª STC
O autor do Deuteronômio (1ª Leit.) atribui a Moisés essa
contínua lembrança ao povo escolhido da ação de Deus a seu favor (amor pessoal)
e como é importante manter a Aliança, renunciando aos próprios caprichos,
escutando a voz de Deus e conformando-se às divinas instruções que indicam o
justo caminho da fidelidade.
Não é possível permanecer no amor sem renunciar ao egoísmo.
Não é possível manter-se uma ótima relação com a pessoa amada se não se busca
corresponder aos seus desejos, quando esses são sensatos.
Com a vinda de Jesus, essa reação pessoal com o próprio Deus
se tornou mais evidente, mais forte, mais íntima. A encarnação do Verbo
permitiu uma comunicação mais clara do amor do Pai por nós. Para permanecer
nesse amor Jesus pede tomar a nossa cruz e segui-lo, renunciando ao egoísmo,
não colocando mais o nosso “eu” ao centro de tudo. Por Ele é possível
aprendermos a perder para reencontrar.
Nesse paradoxo se encontra uma revelação para nós. É Verdade
que Deus nos criou para a felicidade e o amor, mas quem busca só a própria
felicidade se afasta do amor, pois o amor pede a renúncia da busca da própria
felicidade. Somente buscando progredir no amor é que se encontra a felicidade.
Também hoje é preciso rever o nosso caminhar na presença de
Deus. Como o discípulo amado, João, recostar-se no seu peito e ouvir do seu
coração o que é preciso deixar, perder, renunciar para reencontrar na visão da
lógica divina, o sentido da minha vida, do meu caminhar.
Pe. João Bosco Vieira Leite