(2Cor 9,6-10; Sl 111[112]; Jo
12,24-26) – Festa de São Lourenço, diácono e mártir (+258)
Nessa festa de São Lourenço a Igreja faz memória do
ministério diaconal, particularmente dos diáconos permanentes, presentes em
muitas comunidades do nosso país e do mundo. São homens, em sua maioria
casados, que se dispuseram a colaborar com o trabalho de evangelização da nossa
Igreja através do primeiro grau do sacramento da Ordem. Celebram o batismo,
assistem aos matrimônios, amparam os enfermos e podem acompanhar as exéquias.
Mas isso é uma participação na dimensão litúrgica que não os limita para outras
atividades, pois a grande ênfase da Palavra nesse dia é a doação de si, a
generosidade que marca uma existência e a atenção aos pobres, marca comum a
todos os cristãos, nos lembra o Papa.
Paulo diz que dar aos pobres é investir na graça de Deus, a
“colheita” não se reduz ao plano material. Deus é louvado em cada ação
praticada em favor dos seus “pequeninos”. Madre Teresa de Calcutá dizia que os
pobres nos ajudam permitindo ajuda-los. É um mistério que experimentamos sob o
plano da graça, onde o doador se enriquece. O salmista enfatiza que o homem
caridoso e prestativo não vacila pois sua confiança está em Deus que o tem sob seus
olhos.
Lourenço é um santo que traz consigo muitas lendas, mas
chamou a atenção dos seus contemporâneos o modo como suportou o martírio em
meio a perseguição aos cristãos daquela época. É dessa semente lançada por
terra que nos fala o evangelho, que não se apegou à sua vida, mas fez dela
semente de novos cristãos, pelo sua coragem e testemunho.
Duas coisas: como está a nossa atenção para com os pobres
que nos cercam? Até que ponto meu testemunho de fé, sem exibicionismo, tem
chamado a atenção dos outros no sentido de perseverança e certeza no que
acredito?
Pe. João Bosco Vieira Leite