(Jr 1,17-19; Sl 70[71]; Mc
6,17-29)
Martírio de São João Batista, memória.
De João, o Precursor, a Igreja celebra o nascimento e a sua
morte. Por aqui já percebemos a importância do mesmo na história da salvação. A
data estabelecida para essa celebração não é a do martírio em si, mas de
relíquias do mesmo que foram encontradas. A vida que este santo precursor de
Cristo levou no deserto fascinou os antigos monges, que o escolheram como
modelo em seus eremitérios.
A liturgia da Palavra se ilumina com este texto de Jr na sua
missão, na austeridade e na presença de Deus em sua vida. O salmo expressa a
confiança de João no Senhor, sua verdadeira força e proteção desde o seio
materno. Por fim, no evangelho, encontramos a narrativa de sua morte por mão de
Herodes numa estúpida promessa em uma festa. Mas sua morte traz consigo o selo
da fidelidade a Deus ao denunciar que o comportamento de Herodes era
reprovável; ele é que, na realidade, estava preso nas suas próprias paixões desordenadas.
Na figura de João muitos elementos bíblicos se misturam,
desde a sua escolha e consagração já no ventre materno, a vida de penitência
que caracterizou o seu tempo no deserto, sua missão de pregador, seu testemunho
a respeito de Jesus. Peçamos ao Senhor pela sua intercessão a coragem de
vivermos também a nossa fé nos compromissos do dia a dia. Que seu exemplo
profético ilumine também a nossa Igreja no seu testemunho.
“Voz que clama no deserto: voz de alguém que rompe o
silêncio. ‘preparai os caminhos do Senhor’. Como se quisesse dizer: eu vou
trovejando para introduzi-lo nos corações, mas não encontrarei um coração no
qual ele se digne entrar, se não preparardes o caminho...” (Santo Agostinho)
Pe. João Bosco Vieira Leite