Sábado, 06 de julho de 2024

(Am 9,11-15; Sl 84[85]; Mt 9,14-17) 13ª Semana do Tempo Comum.

“Disse-lhes Jesus: ‘Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles?

Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão’” Mt 9,15.

“O tempo da existência terrena de Jesus foi entendido como antecipação da alegria que seria experimentada quando Reino de Deus se manifestasse em plenitude, quando não mais houvesse lugar para lágrimas ou tristeza, e tudo fosse felicidade. É por esta razão que não tinha sentido os discípulos se entregarem à penitência e ao jejum, como faziam certos grupos, enquanto estavam com o Mestre. Não era hora de tristeza! Não fica bem alguém recusar-se a comer, em plena festa de casamento, quando o noivo ainda está presente. O jejum só se justificaria, quando os discípulos fossem privados da presença física de Jesus. Mesmo assim, teria um sentido diferente do rigorismo ascético da piedade judaica, e deveria ser pensado a partir do projeto de Reino proclamado por Jesus. A prática penitencial não visaria tanto a busca da própria perfeição, num sentido individualista, nem seria uma forma velada de masoquismo. Antes, o jejum teria duplo significado: seria uma forma de proclamar o absoluto de Deus e de seu Reino na vida do discípulo, através da vitória sobre os instintos e as paixões desordenadas, e uma forma de indicar que o discípulo estaria em contínua preparação para o festim definitivo no céu. Ninguém se alimenta fartamente antes de ir a uma festa. Pelo contrário, priva-se de alimentos, na perspectiva daquilo que lhe servirão. O jejum cristão prepara o discípulo para a festa que o Pai lhe preparou. – Senhor Jesus, faze-me compreender a prática do jejum como preparação para o encontro definitivo contigo, no teu Reino (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite