(Am 9,11-15; Sl 84[85]; Mt 9,14-17) 13ª Semana do Tempo Comum.
“Disse-lhes
Jesus: ‘Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está
com eles?
Dias
virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão’” Mt 9,15.
“O tempo
da existência terrena de Jesus foi entendido como antecipação da alegria que
seria experimentada quando Reino de Deus se manifestasse em plenitude, quando
não mais houvesse lugar para lágrimas ou tristeza, e tudo fosse felicidade. É
por esta razão que não tinha sentido os discípulos se entregarem à penitência e
ao jejum, como faziam certos grupos, enquanto estavam com o Mestre. Não era
hora de tristeza! Não fica bem alguém recusar-se a comer, em plena festa de
casamento, quando o noivo ainda está presente. O jejum só se justificaria,
quando os discípulos fossem privados da presença física de Jesus. Mesmo assim,
teria um sentido diferente do rigorismo ascético da piedade judaica, e deveria
ser pensado a partir do projeto de Reino proclamado por Jesus. A prática
penitencial não visaria tanto a busca da própria perfeição, num sentido
individualista, nem seria uma forma velada de masoquismo. Antes, o jejum teria
duplo significado: seria uma forma de proclamar o absoluto de Deus e de seu
Reino na vida do discípulo, através da vitória sobre os instintos e as paixões
desordenadas, e uma forma de indicar que o discípulo estaria em contínua
preparação para o festim definitivo no céu. Ninguém se alimenta fartamente
antes de ir a uma festa. Pelo contrário, priva-se de alimentos, na perspectiva
daquilo que lhe servirão. O jejum cristão prepara o discípulo para a festa que
o Pai lhe preparou. – Senhor Jesus, faze-me compreender a prática do jejum
como preparação para o encontro definitivo contigo, no teu Reino” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite