(Am 7,10-17; Sl 18[19]; Mt 9,1-8) 13ª Semana do Tempo Comum.
“O Senhor
chamou-me, quando eu também tangia o rebanho, e o Senhor me disse:
‘Vai
profetizar para Israel, meu povo’” Am 7,15.
“É
frequente no Antigo Testamento a narração em que um profeta relembra a sua
hesitação perante o chamamento do Senhor. No caso de Amós, o relato coloca-se
num contexto de perseguição, precisamente por causa da missão recebida, e soa
como uma afirmação de autenticidade: não foi Amós que decidiu por sua conta
dedicar-se ao ministério profético, ele que era um simples pastor de gado e
cultivador de sicómoros, mas foi Deus que o constituiu profeta e enviou.
[Compreender a Palavra:] A Palavra de Deus é incômoda, sobretudo quando toca
nos interesses dos governantes, os quais pedem consensos e aplausos,
manipulando as massas em favor das suas políticas. Pelo contrário, o verdadeiro
profeta desempenha uma obra de consciencialização, colocando cada um diante da
sua responsabilidade, proclamando verdades árduas, vistas como ameaças à vida
tranquila. Inevitavelmente a verdade encontra-se com a mentira dos defensores
do status quo: Amós é expulso do seu país de origem, de modo que a sua voz não
possa já ser escutada nos centros do poder. Mas esta rejeição provoca a
afirmação da qualidade profética das palavras e do agir de Amós; do lugar do
seu dia-a-dia, dos cuidados dos seus animais, o Senhor tomou-o e constituiu-o,
contra a sua vontade, profeta de desgraça devido ao pecado de Israel. Não
existe auto vocação no povo de Israel; o chamamento vem de fora, e provoca
objeções: ‘Quem sou eu?’; ‘Não sei falar’; ‘Envia um outro’; ‘Sou muito novo’
(Cf. Ex 3,11.13; 4,1.10; Jr 1,6-7)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de I a XVII] – Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite