Segunda, 15 de julho de 2024

(Is 1,10-17; Sl 49[50]; Mt 10,34—11,1) 15ª Semana do Tempo Comum.

“Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada” Mt 10,34.

“Existem palavras de Jesus que ressoam como vergastadas e estalam no ar das consciências adormecidas ou acomodadas dos cristãos; frases que, mesmo prescindindo do contexto histórico e do lugar onde foram pronunciadas, soam difíceis em sua interpretação, por serem audazes e exigentes. Nenhuma palavra do Senhor deve ser interpretada isolada do contexto geral, mas dentro da tônica dominante em seu evangelho. Jesus não prega jamais a guerra contra o outro, a guerra que empunha a espada, o fuzil, a metralhadora, a bomba, a inveja, a opressão, a injustiça. Nenhuma dessas armas prega o Senhor, manda, sim, embainhar a espada: ‘Todos aqueles que usarem da espada pela espada morrerão’ (Mateus 26,52); manda perdoar as ofensas: ‘até setenta vezes sete’ (Mateus 18,22). A guerra que Jesus vem trazer é a guerra contra nós mesmos, contra nossas más inclinações, contra nosso egoísmo, nossa sensualidade, nosso orgulho, nossa preguiça e comodidade, nossa avareza, contra tudo isso tão arraigado no mais profundo de nossa natureza pecadora. Estar em guerra contra nós mesmos, para poder ser amáveis, justos e bondosos com os outros. A doutrina evangélica não só provocará contradições da parte dos seus inimigos, mas será ocasião de divisões até mesmo entre os próprios parentes; não faltarão os que resistam a abandonar os vícios e a acomodar suas vidas aos princípios evangélicos. Até mesmo os laços mais sagrados ficarão rompidos, ao declararem-se uns a favor e outros contra Jesus Cristo. Cristo é: ‘o Príncipe da Paz’ (Isaías 9,5). Veio estabelecer a paz no meio dos homens; assim o anunciaram já os homens; assim o anunciaram os anjos sobre a gruta de Belém (Lucas 2,14)” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite