(Eclo 44,1.10-15; Sl 131[132]; Mt 13,16-17) Santo Joaquim e Ana, pais da bem-aventurada Virgem Maria.
“Vamos fazer o elogio dos homens
famosos, nossos antepassados através das gerações” Eclo 44,1.
“O
Papa João Paulo II ensina que São Joaquim e Santa Ana são ‘uma fonte constante
de inspiração na vida cotidiana, na vida familiar e social’. E exorta:
‘Transmiti mutuamente de geração em geração, junto com a oração, todo o
patrimônio da vida cristã’ (no Santuário do Monte de Santa Ana, Polônia,
21/06/1983). Santa Maria recebeu no lar formado por seus pais todo o tesouro de
tradições da Casa de Davi que passavam de uma geração para outra; foi
nele a dirigir-se ao seu Pai-Deus com imensa piedade; foi nele que
conheceu as profecias relativas à chegada do Messias, ao lugar do seu
nascimento... Por sua vez, a Virgem ensinaria a Jesus as formas de falar,
refrões populares cheios de sabedoria, que anos mais tarde o Senhor empregaria
na sua pregação. Dos seus lábios maternais, Jesus terá ouvido com imensa
piedade aquelas primeiras orações que os hebreus ensinavam aos seus filhos mal
começavam a pronunciar as primeiras palavras. Que boa mestra não terá sido a
Virgem! Com que ternura não teria manifestado a riqueza da sua alma cheia de
graça! É muito provável que nós também tenhamos recebido o incomparável dom da
fé e muitos bons costumes dos nossos ascendentes, que foram conservados e
transmitido como um tesouro. Por nossa vez, temos o grato dever de conservar
esse patrimônio para transmiti-lo a outros. Agora que os ataques contra a
família parecem recrudescer, devemos preservar com fortaleza esse patrimônio
recebido, e procurar enriquecê-lo com a prática das virtudes cristãs e com a
nossa fé. Temos de tornar Deus presente no nosso lar mediante esses costumes
cristãos de sempre: a bênção dos alimentos, as orações da noite com os filhos pequenos...,
a leitura de alguns versículos do Evangelho com os mais velhos, alguma breve
oração pelas pessoas falecidas, pelas intenções da família e do Papa..., a
assistência à Missa do domingo, todos juntos... E a recitação do terço, a
oração que os Sumos Pontífices tanto recomendaram que fosse rezada em família.
Não é necessário que as práticas de piedade em família sejam numerosas, mas
seria pouco natural que não se estabelecesse nenhuma num lar em que todos, ou
quase todos, professam ser cristãos. Já se disse que os pais que sabem rezar
com os seus filhos encontram facilmente o caminho que os leva ao coração desses
filhos. E os filhos nunca se esquecem das ajudas que receberam em crianças dos
seus pais: para que rezassem, para que recorressem à Virgem em todas as
situações. Como agradecemos as orações que nossos pais nos ensinaram quando
éramos pequenos, as formas práticas de dirigir-nos a Jesus Sacramentado...! É,
sem dúvida, a melhor herança que recebemos. Será também muito grato à nossa Mãe
Santa Maria que renovemos uma vez mais o propósito tantas vezes formulado de
procurarmos ser sempre instrumentos de união entre os diversos membros da
família. Este empenho santo levar-nos-á a pedir todos os dias pelo membro da
família que mais precise, a ter maiores atenções com o mais arisco, com aquele
que parece fraquejar ou que está doente” (Francisco Fernandez-Carvajal – Falar com
Deus – Vol. 7 – Quadrante)
Pe. João
Bosco Vieira Leite