(Os 10,1-3.7-8.12; Sl 104[105]; Mt 10,1-7) 14ª Semana do Tempo Comum.
“Semeai justiça entre vós e
colhereis amor; desbravai uma roça nova. É tempo de procurar o Senhor,
até que ele venha e derrame a
justiça em vós” Os 10,12.
“A última parte do Livro de
Oseias (9,10-14,9) é dedicada especialmente a colocar em contraste o passado de
Israel, alternado de fidelidade abundância, com o triste presente: pelos seus
pecados, o povo está a beira do abismo. Deus destruirá os sinais de idolatria,
mas o castigo, no desígnio salvífico, é só um forte apelo a voltar para o
Senhor. [Compreender a Palavra:] A imagem da videira e da vinha, enquanto
representantes do Povo de Deus, está espalhada na pregação profética: temo-la
em Isaías, Jeremias, Ezequiel, Naum e no Salmo 79. Será retomada pelos
evangelhos sinóticos e, numa perspectiva um tanto diversa, por Jo 15,1. O
primeiro a empregar esta metáfora foi porém Oseias, precisamente neste trecho,
como censura e apelo: na prosperidade, Israel abandonou fidelidade ao único
Deus e multiplicou os altares e as estelas idolátricas. Com o fim do reino da
Samaria, serão destruídas as alturas, lugares de culto pagãos, e abatidos os
seus altares; o povo terá tanto que sofrer que preferirá ser sepultado pelo desabamento
dos montes e das colinas. Esta invocação de morte foi retomada por Jesus em Lc
23,30 relativamente ao destino de Jerusalém, a cidade iníqua, cujas filhas
chorarão a sorte do Mestre, enquanto deveriam chorar sobre elas e sobre os seus
filhos. Mas, ao contrário de Amós, em Oseias a esperança é forte: semear
justiça fará recolher bondade; a justiça é como orvalho que molha a terra e a
torna fecunda, e não pode vir senão da ‘procura’ do Senhor (cf. v. 12)” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de I a
XVII] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira
Leite