Quarta, 10 de julho de 2024

(Os 10,1-3.7-8.12; Sl 104[105]; Mt 10,1-7) 14ª Semana do Tempo Comum.

“Semeai justiça entre vós e colhereis amor; desbravai uma roça nova. É tempo de procurar o Senhor,

até que ele venha e derrame a justiça em vós” Os 10,12.

“A última parte do Livro de Oseias (9,10-14,9) é dedicada especialmente a colocar em contraste o passado de Israel, alternado de fidelidade abundância, com o triste presente: pelos seus pecados, o povo está a beira do abismo. Deus destruirá os sinais de idolatria, mas o castigo, no desígnio salvífico, é só um forte apelo a voltar para o Senhor. [Compreender a Palavra:] A imagem da videira e da vinha, enquanto representantes do Povo de Deus, está espalhada na pregação profética: temo-la em Isaías, Jeremias, Ezequiel, Naum e no Salmo 79. Será retomada pelos evangelhos sinóticos e, numa perspectiva um tanto diversa, por Jo 15,1. O primeiro a empregar esta metáfora foi porém Oseias, precisamente neste trecho, como censura e apelo: na prosperidade, Israel abandonou fidelidade ao único Deus e multiplicou os altares e as estelas idolátricas. Com o fim do reino da Samaria, serão destruídas as alturas, lugares de culto pagãos, e abatidos os seus altares; o povo terá tanto que sofrer que preferirá ser sepultado pelo desabamento dos montes e das colinas. Esta invocação de morte foi retomada por Jesus em Lc 23,30 relativamente ao destino de Jerusalém, a cidade iníqua, cujas filhas chorarão a sorte do Mestre, enquanto deveriam chorar sobre elas e sobre os seus filhos. Mas, ao contrário de Amós, em Oseias a esperança é forte: semear justiça fará recolher bondade; a justiça é como orvalho que molha a terra e a torna fecunda, e não pode vir senão da ‘procura’ do Senhor (cf. v. 12)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de I a XVII] – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite