(Os 8,4-7.11-13; Sl 113B[115]; Mt 9,32-38) 14ª Semana do Tempo Comum.
“Quando o demônio foi expulso, o
mudo começou a falar. As multidões ficaram admiradas e diziam:
‘Nunca se viu coisa igual em
Israel’. Os fariseus, porém, diziam: ‘É pelo chefe dos demônios
que ele expulsa os demônios’” Mt
9,33-34.
“Os milagres de Jesus não
visavam impor às pessoas o reconhecimento de sua messianidade. Aliás, Jesus não
tinha como controlar as interpretações de suas palavras e de seus gestos.
Muitos sentidos lhes foram dados. Tudo dependia do modo como eram acolhidos. A
ação de Jesus suscitou reações contraditórias. A cura de um possesso mudo levou
a multidão a confessar jamais ter visto algo semelhante em Israel. Já seus
adversários declarados, os fariseus, consideraram o mesmo gesto fruto de um
poder demoníaco atuado por meio de Jesus. A benevolência das multidões
contrastava com a malevolência farisaica. Os milagres eram apenas uma porta de
entrada para o mistério da pessoa de Jesus e apontavam para algo novo e
extraordinário, acontecendo na história humana. Quem se abria para o Mestre e
acolhia sua mensagem, percebia o dedo de Deus escondido em sua ação e
reconhecia o Reino acontecendo através dele. Também reconhecia nele o Filho de
Deus agindo com o poder que lhe fora conferido pelo Pai. Ou seja, entrava na
dinâmica da fé. Por outro lado, os milagres serviam para respaldar as palavras
de Jesus. Ele era Messias por palavras e por obras. Seus milagres, além de
revelar que possuía um poder próprio de Deus, demonstravam igualmente a
autoridade com que falava. Tanto os milagres de Jesus quanto seus ensinamentos
revestiam-se de autoridade divina. – Senhor Jesus, leva-me a reconhecer
o dedo de Deus escondido em teus gestos prodigiosos” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira
Leite