Sexta, 05 de julho de 2024

(Am 8,4-6.9-12; Sl 118[119]; Mt 9,9-13) 13ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria de impostos e disse-lhe: ‘Segue-me!’

Ele levantou e seguiu Jesus” Mt 9,9.

“Mateus encontra-se sentado à mesa de arrecadação de impostos; seu cargo e seu trabalho eram considerados maus. Estamos entregues a nossas preocupações de ordem material, de prosperidade, de bem-estar. E nessas nossas preocupações, trabalhos e planos, certamente pode haver algo ou muito de ruim por excesso, por desorientação, talvez por seu lado injusto, sobretudo pela falta de ordenamento para o Reino de Deus. Mas Jesus se detém diante da mesa de trabalho de Mateus; olha para ele com amor e fala ao ouvido e ao coração do publicano, convidando-o a segui-lo. Jesus parou à nossa frente, olhou para nós com maior afeto e também insuflou suavemente, mas insistentemente, sua voz em nossa consciência: devemos segui-lo, devemos aceitá-lo e devemos-lhe fidelidade. ‘Deixando ele tudo, levantou-se e o seguiu’ (Lucas 5,28), condição indispensável. Nós nos levantamos da indiferença, da falta de ideais... porém, deixamos tudo? Não só efetiva, mas afetivamente? E se deixamos tudo, não corremos de novo atrás desse tudo, arrependidos de tê-lo abandonado? Mateus seguiu o Senhor com sinceridade. Deus prefere o sentimento interior de um coração sincero; não basta a exterioridade; não basta a aparência; não basta a apresentação; é indispensável a vida. Não me bastará que todos os que me conheçam, ou me vejam, vejam em mim um discípulo do Mestre, se interiormente não o sou ‘em espírito e em verdade’ (João 4,23). Mateus seguiu o Senhor de modo definitivo; não voltou atrás. Também nós devemos adotar essa resolução não retratável; não pensemos que o chamado, a vocação do Senhor, seja um chamado temporário; pode acontecer uma vocação temporária em determinado apostolado; mas a vocação pessoal a um ou outro seguimento, é irrevogável; se é ‘estado’ é porque é fixa e não móvel. Obediência à vocação recebida do Senhor: completa, instantânea e para sempre” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite