(Am 8,4-6.9-12; Sl 118[119]; Mt 9,9-13) 13ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus
viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria de impostos e disse-lhe:
‘Segue-me!’
Ele
levantou e seguiu Jesus” Mt 9,9.
“Mateus
encontra-se sentado à mesa de arrecadação de impostos; seu cargo e seu trabalho
eram considerados maus. Estamos entregues a nossas preocupações de ordem
material, de prosperidade, de bem-estar. E nessas nossas preocupações,
trabalhos e planos, certamente pode haver algo ou muito de ruim por excesso,
por desorientação, talvez por seu lado injusto, sobretudo pela falta de
ordenamento para o Reino de Deus. Mas Jesus se detém diante da mesa de trabalho
de Mateus; olha para ele com amor e fala ao ouvido e ao coração do publicano,
convidando-o a segui-lo. Jesus parou à nossa frente, olhou para nós com maior
afeto e também insuflou suavemente, mas insistentemente, sua voz em nossa
consciência: devemos segui-lo, devemos aceitá-lo e devemos-lhe fidelidade.
‘Deixando ele tudo, levantou-se e o seguiu’ (Lucas 5,28), condição
indispensável. Nós nos levantamos da indiferença, da falta de ideais... porém,
deixamos tudo? Não só efetiva, mas afetivamente? E se deixamos tudo, não
corremos de novo atrás desse tudo, arrependidos de tê-lo abandonado? Mateus
seguiu o Senhor com sinceridade. Deus prefere o sentimento interior de um
coração sincero; não basta a exterioridade; não basta a aparência; não basta a
apresentação; é indispensável a vida. Não me bastará que todos os que me
conheçam, ou me vejam, vejam em mim um discípulo do Mestre, se interiormente
não o sou ‘em espírito e em verdade’ (João 4,23). Mateus seguiu o Senhor de
modo definitivo; não voltou atrás. Também nós devemos adotar essa resolução não
retratável; não pensemos que o chamado, a vocação do Senhor, seja um chamado
temporário; pode acontecer uma vocação temporária em determinado apostolado;
mas a vocação pessoal a um ou outro seguimento, é irrevogável; se é ‘estado’ é
porque é fixa e não móvel. Obediência à vocação recebida do Senhor: completa,
instantânea e para sempre” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano –
Ave-Maria).
Pe.
João Bosco Vieira Leite