(Is 38,1-6.21-22.7-8; Sl Is 38; Mt 12,1-8) 15ª Semana do Tempo Comum.
“Se tivésseis compreendido o que
significa: ‘Quero a misericórdia e não sacrifício’,
não teríeis condenado os
inocentes” Mt 12,7.
“Era comum retirar das
plantações o necessário para se alimentarem enquanto viajavam. Num destes
momentos os fariseus fazem severas críticas aos discípulos de Jesus,
inibindo-os nesta tarefa no sábado. A argumentação atinge o seu clímax quando
Jesus revela a profundidade da lei, porém não a conheciam com profundidade.
Jesus se apresenta como o servidor dessa lei e, ao mesmo tempo, Senhor dela.
Misericórdia é compaixão na direção de qualquer pessoa que se acha em perigo.
‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia’ (Mt 5,7),
e ‘Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai’ (Lc 6,36). O
sacrifício estava interligado às oferendas feitas para aplacar a ira de Deus. Entre
estas duas formas válidas, Jesus dá preferência à primeira. Deus queria o
sacrifício de um coração verdadeiro e cheio de misericórdia. Jesus não está
falando da mera piedade humanitária e nem de ações exigidas pela lei. A
misericórdia, citada pelo Profeta Oseias (6,6), tem sua origem no Deus amoroso
e é repetida, muitas vezes, no AT. Ela nasce no coração de Deus e permanece
como prática deliciosa na vida dos seus filhos. No entender dos fariseus, os
discípulos, ao pegarem espigas de milho para saciarem a fome no sábado, eram
totalmente culpados. É comum ver os modernos fariseus apontarem seus dados
acusatórios para determinados erros dos outros, sem enxergarem os seus
próprios. Misericórdia é o que Cristo deseja como prática cristã para os seus.
Há tantos anos que precisam de aconchego. Há um grito de sofrimento das pessoas
à nossa volta. Uns não têm o que comer e onde morar. Outros perderam a razão de
viver andam sem Deus e direção. – É sublime, Senhor, a tua misericórdia. Ela
não quer ver ninguém sofrer. Em nós é a tua vontade que alivia as cargas dos
sofredores. Amém” (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a
dia [2017] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite