Sexta, 19 de julho de 2024

(Is 38,1-6.21-22.7-8; Sl Is 38; Mt 12,1-8) 15ª Semana do Tempo Comum.

“Se tivésseis compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não sacrifício’,

não teríeis condenado os inocentes” Mt 12,7.

“Era comum retirar das plantações o necessário para se alimentarem enquanto viajavam. Num destes momentos os fariseus fazem severas críticas aos discípulos de Jesus, inibindo-os nesta tarefa no sábado. A argumentação atinge o seu clímax quando Jesus revela a profundidade da lei, porém não a conheciam com profundidade. Jesus se apresenta como o servidor dessa lei e, ao mesmo tempo, Senhor dela. Misericórdia é compaixão na direção de qualquer pessoa que se acha em perigo. ‘Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia’ (Mt 5,7), e ‘Sede misericordiosos, como também é misericordioso vosso Pai’ (Lc 6,36). O sacrifício estava interligado às oferendas feitas para aplacar a ira de Deus. Entre estas duas formas válidas, Jesus dá preferência à primeira. Deus queria o sacrifício de um coração verdadeiro e cheio de misericórdia. Jesus não está falando da mera piedade humanitária e nem de ações exigidas pela lei. A misericórdia, citada pelo Profeta Oseias (6,6), tem sua origem no Deus amoroso e é repetida, muitas vezes, no AT. Ela nasce no coração de Deus e permanece como prática deliciosa na vida dos seus filhos. No entender dos fariseus, os discípulos, ao pegarem espigas de milho para saciarem a fome no sábado, eram totalmente culpados. É comum ver os modernos fariseus apontarem seus dados acusatórios para determinados erros dos outros, sem enxergarem os seus próprios. Misericórdia é o que Cristo deseja como prática cristã para os seus. Há tantos anos que precisam de aconchego. Há um grito de sofrimento das pessoas à nossa volta. Uns não têm o que comer e onde morar. Outros perderam a razão de viver andam sem Deus e direção. – É sublime, Senhor, a tua misericórdia. Ela não quer ver ninguém sofrer. Em nós é a tua vontade que alivia as cargas dos sofredores. Amém” (Arnaldo Hoffmann Filho  – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite