Quinta, 01 de agosto de 2024

 (Jr 18,1-6; Sl145[146]; Mt 13,47-53) 17ª Semana do Tempo Comum.

“Acaso não posso fazer convosco como este oleiro, casa de Israel? – diz o Senhor.

Como o barro nas mãos do oleiro, assim sois vós em minha mão, casa de Israel” Jr 18,6.

“Também Deus, como fará depois Jesus com as parábolas, utiliza uma experiência da vida cotidiana para levar aos homens a sua Palavra de verdade: o trabalho de um oleiro de Jerusalém torna-se símbolo do comportamento divino para com Israel. O oráculo, pronunciado por Jeremias antes do grande castigo da invasão de Jerusalém (cf. Jr 18,11), é mais positivo do que possamos pensar, enquanto anuncia a incansável ação criadora de Deus, para reparar os desvarios humanos. [Compreender a Palavra:] Tirando partido da experiência do oleiro, Jeremias é convidado por Deus a comunicar a todo povo uma grande verdade esquecida: ele, como todo homem, é plasmado por Deus (cf. Gn 2,7) para se tornar uma realidade bela aos seus olhos (v. 4) e útil ao Seu projeto de salvação. Mas a realização final da obra não é automática, ligada como está à disponibilidade da criatura a deixar-se modelar pelo Criador. Se Israel continuar a fugir às mãos do Senhor, para ganhar autonomia e a desligar-se da Lei da Aliança, voltará a ser disperso na massa, precisamente como o vaso mal conseguido, que volta a ser barro comum. O oráculo é um duro apelo à corresponsabilidade humana na realização de si própria e da história do mundo, mas é também uma comunicação de confiança e de esperança para todos os que se sentem esmagados pelas suas responsabilidades. Se somos vasos mal conseguidos, não devemos temer, porque estamos sempre nas mãos de Deus: Ele volta a colocar-nos no barro do mundo e, recuperando-nos para o Seu amor, experimenta de novo realizar a Sua obra-prima” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Semanas de I a XVII] – Paulus).     

Pe. João Bosco Vieira Leite