(At 22,3-16; Sl 116[117]; Mc 16,15-18)
Conversão de São Paulo.
“Ora, aconteceu que,
na viagem, estando já perto de Damasco, pelo meio-dia, de repente uma grande
luz que vinha do céu brilhou ao redor de mim” At 22,6.
“A festa litúrgica da
conversão de são Paulo apareceu no século VI e é própria da Igreja latina. O
martírio do apóstolo dos gentios é comemorado no dia 29 de junho. A celebração
do dia 25 de janeiro tem por finalidade considerar as várias facetas do
Apóstolo por excelência. Ele diz de si mesmo: ‘Eu trabalhei mais que todos os
apóstolos...’, mas também: ‘Eu sou o menor dos apóstolos... não sou digno de
ser chamado de apóstolo’. Apresenta, ele mesmo, as credenciais: viu o Senhor,
Cristo Ressuscitado lhe apareceu, ele é testemunho da Ressurreição de Cristo,
foi enviado diretamente por Cristo. É como um dos Doze. Pertence a Jesus desde
aquela hora em que, no caminho de Damasco, vencido por Cristo e prostrado em
terra perguntou-lhe: ‘Senhor, que queres que eu faça?’ Paulo então passou a
pregar e propagar a fé que desejava exterminar. Em poucos segundos de contato
direto Jesus o transformou de um ferrenho perseguidor no maior Apóstolo do seu
Evangelho em todos os tempos. Essa experiência de Cristo às portas de Damasco,
que ele compara com a experiência dos Doze na Páscoa e com o fulgor da primeira
luz da criação, será o estribilho da sua pregação oral e escrita. Nas suas 14
epístolas que escreveu percebemos o efeito da graça do caminho de Damasco,
impossível de se entender como alucinação ou simples fato psicológico. Aí está
o dedo de Deus, o milagre. São Paulo tirou da sua experiência esta consoladora
conclusão: ‘Jesus veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou
o primeiro. Precisamente por isso encontrei misericórdia. Em mim especialmente
Jesus Cristo quis mostrar toda a sua longanimidade, para que eu sirva de
exemplo a todos aqueles que pela fé nele alcançarão a vida eterna’. ‘Conheço um
homem em Cristo que foi arrebatado até o terceiro céu. Se no corpo ou fora do
corpo, não sei Deus o sabe. Só sei que esse homem ouviu palavras inefáveis...’
(2Cor 12,2)” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada
Dia – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite