(Hb 10,32-39; Sl 36[37]; Mc 4,26-34)
3ª Semana do Tempo Comum.
“Nós não somos
desertores, para a perdição. Somos homens de fé, para a salvação da alma” Hb 10,39.
“Quando fomos
batizados e iluminados pela luz de Deus, escolhemos Jesus e seu projeto como os
motivos maiores para vivermos. Por isso, quando optamos por Cristo, renunciamos
muitas coisas. E cada opção exige uma renúncia. Isso porque, sempre que optamos
por algo, deixamos outras coisas para trás. Assim sendo, não equivale dizer que
aquilo deixado para trás por causa de Jesus seria negativo. A fé não nos
engana. Mas nos permite avançar mesmo em meio às adversidades. Muitos irmãos e
irmãs se cansam em pouco tempo. E nós mesmos, não poucas vezes, nos sentimos
desgastados pela rotatividade de nossas agendas. Terminamos um ano e,
imediatamente, iniciamos outro. E a vida parece se tornar algo devorador,
repetitivo, sem sabor. Fazemos as coisas por fazer. Porém, a fé nos motiva a
encontrar o verdadeiro sentido para não pararmos e nem desistirmos da missão
iniciada. A fé nos alavanca para redescobrirmos o primeiro amor (cf. Ap
2,4-5a). Em meio aos problemas que nos afligem e nos assustam como monstruosos
fantasmas, a Sagrada Escritura nos motiva a não desertarmos. A fé poderá passar
pelos sentidos, mas, na maioria das vezes, precisamos caminhar na ‘noite
escura’. Isto significa que nem sempre sentimos, ouvimos, cheiramos, apalpamos
ou degustamos do prazer da ação de Deus. Não poucas vezes, sentir Deus quer
dizer silêncio, vácuo. Deus se cala e parece estar longe. A experiência de
Jesus ao entregar o seu espírito ao Pai foi de abandono (cf. Mc 15,34), mas
também foi de grande fé. Pois ele só entregou o seu espírito nas mãos de Deus
porque experimentou o seu silêncio e seu aparente abandono. Mas não perdeu a fé.
– Ó Pai, não leve em consideração nossos medos e inseguranças. Aumenta
a nossa fé para não que não desertemos de nossas missões. Amém!” (Gilberto
Orácio de Aguiar – Meditações para o dia a dia [2017] –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite