Sábado, 16 de janeiro de 2021

(Hb 4,12-16; Sl 18[19B]; Mc 2,13-17) 

1ª Semana do Tempo Comum.

“E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos,

e é a ela que devemos prestar contas” Hb 4,13.

“Vai chegar um dia em que cada um de nós terá de prestar contas a Deus de nossa vida na terra. Nenhuma pessoa poderá escapar do escrutínio divino. Entretanto, esse escrutínio não deve nos assustar se andarmos verdadeiramente com Deus, fazendo sua vontade. Daí que, por causa dessa realidade, não tentaremos encobrir nossos atos pouco inseridos no ambiente do projeto de Deus. Antes, reconheceremos nossos maus atos humildemente e nos aproximaremos da misericórdia de Deus para que ela cubra nosso estado de nudez (Tesfaye Kassa). Porém, quando as pessoas não reconhecem suas culpas e querem demonstrar hipocrisia nas vivencias em relação aos outros, perdem a chance de experimentar a misericórdia de Deus. Deus contempla todas as coisas e ao seu olhar ninguém poderá fugir, mas é um olhar de cuidado e de procura de quem está perdido (cf. Mt 6,25-34; Lc 15,1-32). As contas que devemos prestar a Deus, nós já sabemos quais serão. Elas serão decorrentes da nossa falta de amor e de atenção aos irmãos e irmãs. Não existe segredo na cena de nosso julgamento. Jesus já nos revelou como será (cf. Mt 25,31-46). Será resultado daquilo que fizemos ou deixamos de fazer. Estarmos nus diante de Deus é sermos quem realmente somos, com o nosso coração na mão. Totalmente nós, autenticamente como somos vistos por Deus. O sentir-se nu diante de Deus nos ajudará a enxergar a única veste que cobre todo o nosso ser humano, do mais rico ao considerado mais miserável. – Senhor, aqui estou diante de ti como me criaste: nu como saí do ventre de minha mãe. Faz da minha nudez capacidade para enxergar e compreender aquilo que falta para as outras pessoas. Amém!” (Gilberto Orácio de Aguiar – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite