Sexta, 15 de janeiro de 2021

(Hb 4,1-5.11; Sl 77[78]; Mc 2,1-12) 

1ª Semana do Tempo Comum.

“Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: ‘Filho, os teus pecados estão perdoados’” Mc 2,5

“Per-doar, como diz a palavra latina, é ‘doar’ através de (a proposição latina é ‘per’). A pessoa comete uma falta, faz um mal, que a Moral chama de pecado, e Deus o desconsidera, passa através dele, deixando-os para trás, e per-doa, isto é, continua a se doar ao pecador porque para Ele, Deus da vida, veio para que ninguém morresse, mas todos tivessem vida em abundância. Per-doar, neste sentido, é re-fazer a plenitude da vida que se perdera momentaneamente, é re-construir a inocência que fora aviltada, é re-stituir a beleza à veste nupcial que se manchara. É sempre um passar para além do estrago acontecido e re-criar a vida em seu primitivo esplendor. Mas só Deus, segundo os fariseus, podia fazer isto, pois só Ele é o senhor da sacralidade da vida e da túnica inconsútil da alma. Na verdade, o que eles viam era que o tecido da vida estava rasgado naquele corpo paralítico e Jesus, no entanto e supreendentemente, lhe curava os pecados. Os fariseus, por isso e com lógica, pensaram: ‘Como pode ele falar assim? Ele blasfema! Quem pode perdoar os pecados senão só Deus’ (v. 7)? Jesus, então, faz os dois milagres para provar que é Deus: cura o paralítico e perdoa-lhe os pecados. Jesus é Senhor da vida física e espiritual das pessoas. Para Ele não há dificuldades de curar uma ou outra. Deus deu-lhe poder sobre toda a vida. E Jesus o exerceu em benefício dos que a Ele recorriam. – Senhor Deus, grande e bom, nós vos reconhecemos Senhor de nossa vida interior e exterior. Ela é vossa. Estendei vossa mão onipotente para curar-nos por dentro e por fora. Amém” (Sandro Bussinger Sampaio – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite