(Hb 4,1-5.11; Sl 77[78]; Mc 2,1-12)
1ª Semana do Tempo Comum.
“Quando viu a fé
daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: ‘Filho, os teus pecados estão
perdoados’” Mc 2,5
“Per-doar, como diz a
palavra latina, é ‘doar’ através de (a proposição latina é ‘per’). A pessoa
comete uma falta, faz um mal, que a Moral chama de pecado, e Deus o
desconsidera, passa através dele, deixando-os para trás, e per-doa, isto é,
continua a se doar ao pecador porque para Ele, Deus da vida, veio para que
ninguém morresse, mas todos tivessem vida em abundância. Per-doar, neste
sentido, é re-fazer a plenitude da vida que se perdera momentaneamente, é
re-construir a inocência que fora aviltada, é re-stituir a beleza à veste
nupcial que se manchara. É sempre um passar para além do estrago acontecido e
re-criar a vida em seu primitivo esplendor. Mas só Deus, segundo os fariseus,
podia fazer isto, pois só Ele é o senhor da sacralidade da vida e da túnica
inconsútil da alma. Na verdade, o que eles viam era que o tecido da vida estava
rasgado naquele corpo paralítico e Jesus, no entanto e supreendentemente, lhe
curava os pecados. Os fariseus, por isso e com lógica, pensaram: ‘Como pode ele
falar assim? Ele blasfema! Quem pode perdoar os pecados senão só Deus’ (v. 7)?
Jesus, então, faz os dois milagres para provar que é Deus: cura o paralítico e
perdoa-lhe os pecados. Jesus é Senhor da vida física e espiritual das pessoas.
Para Ele não há dificuldades de curar uma ou outra. Deus deu-lhe poder sobre
toda a vida. E Jesus o exerceu em benefício dos que a Ele recorriam. – Senhor
Deus, grande e bom, nós vos reconhecemos Senhor de nossa vida interior e
exterior. Ela é vossa. Estendei vossa mão onipotente para curar-nos por dentro
e por fora. Amém” (Sandro Bussinger Sampaio – Meditações para o
dia a dia [2015] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite