(Hb 10,19-25; Sl 23[24]; Mc 4,21-25)
3ª Semana do Tempo Comum.
“Assim, tudo o que
está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo
deverá ser
descoberto” Mc 4,22.
“O tópico dentro do
qual se insere esta verdade vem repetido em Lucas (12s) e Mateus (10s),
significando a importância que ele tem na pregação de Jesus. Dá contornos ao
comportamento dos seguidores de Cristo que deve ser claro como a luz e sincero
como a oração a ser feita a Deus. Assim como a Deus ninguém engana, assim
também não pode ser hipócrita o discípulo de Jesus. No fundo, a verdade
sublinhada por Cristo diz respeito à integridade de vida que se deve ter: por
dentro e por fora, devemos ser uma só coisa. O nossos ‘sim’ deverá ser sim e o
nosso ‘não’, não. Não podemos levantar as mãos para o céu, para rezar, e
levantar a mão contra os irmãos, para ofendê-los. Ou não podemos ter palavras
doces na presença dos outros e agredi-los, às escondidas, em sua ausência. Não
se pode, ao mesmo tempo, ser verdade e mentira, honesto e falso, ser de Deus e
compactuar com o diabo. Disse Jesus, em outra passagem: ‘a verdade vos
libertará’ e ‘Deus é luz’. Quem anda na luz é de Deus. Quem anda nas trevas é
do demônio, pai da mentira. Temos, em geral, dificuldades em harmonizar dois
grupos de valores: os que se referem à verdade e os que se ligam à bondade.
Quanto aos primeiros, corremos o risco de ser duros, quando deveríamos ser
apenas firmes; quanto aos segundos, o risco a ser evitado é o da diplomacia
mentirosa, quando o ideal seria o da magnanimidade generosa. Que o amor à
verdade, demonstrado por Cristo, nos ensine a sermos duros e agressivos, e que
sua bondade pelo ser humano nos leve a sermos compreensivos, sem escorregar na
hipocrisia. – Senhor Deus, grande e bom, derramai vossa Luz em nossas
vidas e dai-nos amar a luz, a vossa Luz. E perdão pelas vezes em que amamos
mais a mentira do que a verdade, a vossa Verdade. Amém” (Sandro Bussinger
Sampaio – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite