Sábado, 30 de janeiro de 2021

(Hb 11,1-2.8-19; Sl Lc 1; Mc 4,35-41) 

3ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus estava na parte detrás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: ‘Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Mc 4,38.

“Os discípulos acordam Jesus em tom de censura: ‘Mestre, não te importas que pereçamos?’ (4,38). No texto grego usa-se o mesmo verbo que foi usado pelos demônios na sinagoga de Cafarnaum: ‘Viestes para nos perder?’ (1,24). Os discípulos estão com medo que Jesus não os salve, que permita que se percam. Eles não veem no sono de Jesus sua confiança em Deus, mas a retirada do meio deles. Acusam-no de dormir por falta de interesse por eles. Fazem o que podem, e mesmo assim estão prestes a afundar. Estão desesperados. Jesus não reage à sua crítica. Ele não se justifica. Prefere levantar-se e ordenar ao vento e ao mar: ‘Silêncio! Cala-te!’ (4,39). Ele se dirige ao vento e ao mar como a seres vivos, a demônios, que ele expulsa com as mesmas palavras. Os antigos acreditavam que as forças destruidoras da natureza eram obras de poderes demoníacos. Jesus manda que se calem. A palavra de Jesus tem o efeito de um exorcismo. Ela expulsa os demônios dos elementos desse mundo. E eles obedecem à sua palavra. Os discípulos se admiram que até mesmo as forças da natureza obedeçam a Jesus. Além de dominar os demônios, ele domina também a natureza. Sua palavra age sobre a criação. O efeito de suas palavras é este: ‘Houve grande bonança’ (4,39). No texto grego está escrito: ‘galene megale’ = grande calma. Quando Jesus se levanta dentro de nós, expulsando os demônios da escuridão da alma, ficamos realmente calmos, o silêncio toma conta de nós e nós nos abrimos para o mistério de Deus que mora dentro de nós” (Anselm Grün – Jesus, Caminho para a Liberdade – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite