(Hb 5,1-10; Sl 109[110]; Mc 2,18-22)
2ª Semana do Tempo Comum.
“Jurou o Senhor e
manterá a sua palavra: ‘Tu és sacerdote eternamente
segundo a ordem do
rei Melquisedeque!’” Sl 10,4.
“A segunda imagem que
Davi usa para se referir ao Messias no salmo 110 é a de sacerdote. Os
sacerdotes em Israel eram todos da tribo de Levi, um dos filhos de Jacó e chefe
de uma das famílias que faziam parte do povo de Israel. O sacerdote descrito no
salmo 110, entretanto, é de uma ordem sacerdotal diferente. Esse sacerdote é da
ordem de Melquisedeque. Que nome! Melquisedeque apareceu uma vez no livro do
Gênesis como parte da história de Abraão. Foi chamado de ‘sacerdote do Deus altíssimo’
(14,18), e abençoou Abraão (vv. 18-20), que então honrou a Melquisedeque
dando-lhe um décimo de tudo o que havia conquistado dos seus inimigos. O
sacerdote não foi mencionado novamente por mais de mil anos na história da
Bíblia, até Davi falar sobre ele no salmo 110. Então sai de cena novamente por
mais mil anos, até que o escritor da carta aos Hebreus, no Novo Testamento, usa
três capítulos de seu livro para explicar por que Melquisedeque era tão
importante (Você pode ler a argumentação toda em Hebreus 5—7). [...] Jesus
disse que, ao escrever o salmo 110, Davi estava ‘falando pelo Espírito’ (Mateus
22,43). Quando o apóstolo Pedro cita o salmo 109 em referência a Judas
Iscariotes, ele diz que essas escrituras foram o que ‘o Espírito Santo predisse
por boca de Davi’ (Atos 1,16). Por causa de afirmações como essas de Jesus e do
apóstolo Pedro que os cristãos acreditam que a Bíblia seja a palavra falada de
Deus. O que lemos na Bíblia não são apenas palavras de pessoas que tiveram
pensamentos profundos sobre Deus; estamos lendo palavras proferidas pelo
próprio Deus por intermédio desses autores bíblicos. Pedro também escreveu que
‘jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte
de Deus, impelidos pelo Espírito Santo’ (2Pedro 1,21). Ao abria a Bíblia, você
ouve a voz de Deus” (Dougla Connelly – Guia Fácil para entender Salmos –
Thomas Nelson).
Pe. João Bosco Vieira Leite