Segunda, 12 de outubro de 2020

(Et 5,1-2; 7,2-3; Sl 44[45]; Ap 12,1.5.13.15-16; Jo 2,1-11) 

N. Senhora Aparecida.

“Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: ‘Eles não têm mais vinho’” Jo 2,3.

“Comemorando-se neste dia a Solenidade da Padroeira do Brasil, vamos dar um histórico dessa devoção nacional. Comecemos pela narrativa do Pe. José Alves Vilela, Vigário de Guaratinguetá de 1725 a 1745: ‘Na segunda quinzena de outubro de 1717, passando pela vila de Guaratinguetá para as Minas o Governador e de S. Paulo, o conde Assumar, Dom Pedro de Almeida, foram notificados pela Câmara os pescadores, para apresentarem todo o peixe que pudessem haver para o dito Governador. Entre muitos, foram a pescar Domingos M. Garcia, João Alves e Filipe Pedroso, em suas canoas. E principiando a lançar suas redes no porto de José Correa Leite, continuaram até o Porto de Itaguaçu, distância bastante, sem tirar peixe algum. E lançando neste porto João Alves a sua rede de arrasto, tirou o corpo da Senhora, sem cabeça; e lançando mais abaixo outra vez a rede, tirou a cabeça da mesma Senhora, não se sabendo nunca ali a lançasse. Guardou o inventor esta imagem em um tal ou qual pano; e continuando a pescaria, não tendo até então tomado peixe algum, dali por diante foi tão copiosa a pescaria em poucos lanços, que receosos os companheiros de naufragarem pelo muito peixe que tinham nas canoas, se retiraram a suas vivendas, admirados deste sucesso. Filipe Pedroso conservou esta imagem seis anos, pouco mais ou menos, em sua casa, perto a Lourenço de Sá; a passando para a Ponte Alta, ali conservou em sua casa, nove anos, pouco mais ou menos. Daqui se passou a morar em Itaguaçu, onde deu a imagem a seu filho Atanásio Pedroso, o qual lhe fez oratório tal e qual; e em um altar de paus colocou a Senhora, onde todos os sábados se ajuntava a vizinhança a cantar o terço e mais devoções. Em uma destas ocasiões se apagaram duas luzes de cera da terra repentinamente, que alumiavam a Senhora, estando a noite serena; e querendo logo Silvana da Rocha acender as luzes apagadas, também se viram acessas, sem intervir diligência alguma; foi este o primeiro prodígio’. Esses e outros fatos semelhantes se deram. Foi edificada uma capelinha e depois uma maior. A 24 de junho de 1888 foi bento solenemente o templo, hoje chamado ‘basílica velha’. A monumental basílica atual foi consagrada pelo papa João Paulo II no dia 4 de julho de 1980. A 28 de outubro de 1894, como padres capelães e missionários de Nossa Senhora Aparecida, chegaram os primeiros padres redentoristas, vindos da Baviera, a convite pessoal de Dom Joaquim Arcoverde, então bispo de São Paulo. Daí em diante os filhos de santo Afonso vêm prestando assistência religiosa às multidões de romeiros que visitam o Santuário. Os triunfos da ‘Senhora Aparecida’ começaram com as romarias paroquiais e diocesanas. A primeira realizou-se a 8 de setembro de 1900, com 1200 peregrinos vindos de trem, de S. Paulo, com seu bispo. Hoje os romeiros são milhões vindos de todo o Brasil e dos países vizinhos. No dia 8 de setembro de 1904, na presença do Núncio Apostólico, de 12 bispos e de grande multidão de peregrinos do Rio, de S. Paulo e das cidades do Vale do Paraíba, o bispo de S. Paulo, Dom José Camargo Barros, coroou solenemente a veneranda Imagem com a preciosa coroa oferecida pela Princesa Isabel. Em 1929, no encerramento do Congresso Mariano, Nossa Senhora foi proclamada Rainha do Brasil, sob a invocação de Aparecida. Em 31 de maio de 1931, a imagem aparecida foi levada ao Rio, para que diante dela, Nossa Senhora recebesse as homenagens oficiais de toda a nação, estando presente também o Presidente da República, Getúlio Vargas. Nossa Senhora foi aclamada então por todos ‘Rainha e Padroeira do Brasil’. Em 1958, a cidade da Aparecida foi elevada a arcebispado, sendo seu primeiro arcebispo o cardeal Mota. Em 1967, Aparecida recebeu a ‘Rosa de Ouro’ enviada pelo papa Paulo VI. A devoção do povo brasileiro a Nossa Senhora, a peregrinação da Padroeira por toda a Pátria, a abertura de vias rápidas de condução e uma equipe especializada de sacerdotes e irmãos coadjutores puseram Aparecida entre os maiores centros de peregrinação do mundo” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

  Pe. João Bosco Vieira Leite