Sexta, 16 de outubro de 2020

(Ef 1,11-14; Sl 32[33]; Lc 12,1-7) 

28ª Semana do Tempo Comum.

“Não se vendem cinco pardais por uma pequena quantia? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados.

Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais” Lc 12,6-7.

“O olhar de Cristo estava impregnado da solicitude do Pai, que ele mesmo vivia e testemunhava. A ternura de Deus transparece nas atentas observações de Cristo. Os homens negociam pardais por moedas. Os passarinhos podem mudar de dono, mas não são subtraídos à solicitude de Deus, que não se esquece de nenhum deles. Ninguém conta os próprios cabelos. Mas Deus sabe quantos são. Até este extremo chega o cuidado de Deus com seus filhos. É depois destas observações que Jesus se dirige ao povo com esta insistência: ‘Não tenhais medo’ vocês valem muito mais do que pardais’. Deus que tem solicitude pelos passarinhos, que está atento ao número de nossos cabelos, muito mais nos segue com o carinho do seu olhar paterno, guiando nossos passos, protegendo nossa vida, nos acompanhando com seu amor. Assim é o Deus de Jesus, todo feito de ternura e de bondade. Ele impressiona o salmista pela grandeza de sua obra, ao contemplar os céus em contraste com a pequenez humana. ‘Senhor, que é o homem para dele assim vos lembrardes, e o tratardes com tanto carinho?’ (Sl 8,4). Mas a grandeza de Deus se revela mais ainda quando o vemos ocupado com as pequenas coisas e os passarinhos indefesos. Toda sua grandeza, como igualmente sua ternura, se voltam par nós, o centro de suas atenções e do seu amor. Não entendemos nada do mundo se não compreendemos que Deus nos olha com infinito amor, e cuida de nós com extrema solicitude. – Senhor Deus, fico encantado com vosso amor, que se volta para mim e me envolve de todos os lados. Tranquilo, coloco minha vida em vossas mãos. Amém” (Maria Luiza Silveira Teles – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 

Santo do Dia:

Santa Margarida Maria Alacoque, virgem. Nascida a 22 de agosto de 1647 em Verosvres, na Borgonha. Seu pai, juiz e tabelião, morreu quando Margarida era ainda muito jovem. Conheceu assim a humilhação da necessidade, dependendo de parentes nada generosos. Deseja entrar para um convento. Aos nove anos recebeu a primeira comunhão e aos 22, a confirmação. Nesta ocasião acrescentou ao nome de Margarida ao de Maria. Depois de vencidas as últimas dificuldades da parte da mãe, pôde entrar no convento da Ordem da visitação, fundado havia sessenta anos por são Francisco de Sales. Na festividade de são João evangelista de 1673, aos vinte cinco anos, recolhida diante do SS. Sacramento, teve o singular privilégio da primeira manifestação visível de Jesus, que se repetiria por outros dois anos toda primeira sexta-feira do mês. As extraordinárias visões com que foi favorecida trouxeram-lhe no começo incompreensões e julgamentos precipitados, até que, por escolha divina, foi posta sob a direção espiritual do jesuíta bem-aventurado Padre Cláudio de la Colombiere. Este com discrição e com zelo tirou o véu que cobria as maravilhas de Paray-le-Monial. No último período de sua vida, nomeada mestra das noviças, ela teve a consolação de ver propagar-se a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, e os próprios opositores de outrora mudaram-se em fervorosos propagadores. Apagou-se docemente, aos 43 anos, a 17 de outubro de 1690. Canonizada em 1920, a data da sua festa foi antecipada de um dia para não coincidir com a de santo Inácio de Antioquia. 

  Pe. João Bosco Vieira Leite