(At 1,12-14; Sl Lc 01; Lc 1,26-38)
Nossa Senhora do Rosário.
“O Rosário nasceu do
amor dos cristãos por Maria na época medieval, talvez no tempo das cruzadas à
Terra Santa. O objeto da recitação desta oração, o terço, é de origem muito
antiga. Os anacoretas orientais usavam pedrinha para contar o número das
orações vocais. Nos conventos medievais os irmãos leigos, dispensados da
recitação do Saltério, pela pouca familiaridade com o latim, completavam as
suas práticas de piedade com a recitação dos Pai-nossos, e para a contagem, são
Beda, o Venerável, havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados num
barbante. Depois, narra a lenda, a própria Nossa Senhora, aparecendo a são
Domingos, indicou-lhe a recitação do Rosário como arma eficaz para debelar os
hereges albigenses. Nasceu assim a devoção do Rosário, que tem o significado de
uma grinalda de rosas oferecidas a Nossa Senhora. Os promotores desta devoção
foram os dominicanos, que também criaram confrarias do Rosário. Foi o papa
dominicano, são Pio V, o primeiro a encorajar e a recomendar oficialmente a
recitação do Rosário, que em breve se tornou a oração popular por excelência,
uma espécie de breviário do povo, para ser recitado à noite em família. Aquelas
Ave-Marias recitadas em família estão animadas de autêntico espírito de oração:
‘Enquanto se prossegue na doce e monótona cadência das Ave-Marias, o pai ou a
mãe de família pensam nas preocupações familiares, no mesmo que atendem, ou nos
problemas provocados pelos filhos mais velhos. Este emaranhado de aspectos da
vida familiar sofre então uma iluminação dos mistérios salvíficos de Cristo, e
é espontâneo confiar tudo à Mãe do milagre de Caná e de toda a Redenção’
(Schillebeeckx). A celebração da festividade hodierna foi instituída por são
Pio V para comemorar a vitória de 1571 em Lepanto contra a frota turca
(inicialmente dizia-se: Santa Maria da Vitória). A festividade do dia 7 de
outubro, que naquele ano caia no domingo, foi estendida em 1913. A festa do
Santíssimo Rosário, como era chamada antes da reforma do calendário de 1960,
resume, em certo sentido, todas as festas de Nossa Senhora” (Mario Sgarbosa
e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite