(Ef 3,2-12; Sl Is 12; Lc 12,39-48)
29ª Semana do Tempo Comum.
“Então Pedro disse:
‘Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?’” Lc 12,41.
“Pedro deseja saber
para quem Jesus estava dirigindo a parábola do dono da casa e do ladrão: para o
grupo ou para todos os presentes? A conclusão da parábola do servo fiel e do
servo infiel, contada logo em seguida, serve de pista para responder a esta
preocupação. ‘A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi entregue,
muito mais se pedirá’. Bastava que os discípulos considerassem sua condição em
relação a Jesus para saber a quem se destinava o ensinamento do Mestre. Quanto
mais alguém se aproxima de Jesus e se deixa interpelar por ele, mais obrigação
terá de colocar em prática os seus ensinamentos. Pelo contrário, quem aderiu a
Jesus, mas leva uma existência preguiçosa e despreocupada, não agindo em
conformidade com o projeto de Deus, tem sérios motivos para se inquietar. A
hora do encontro com o Senhor pode chegar qualquer momento. E esse discípulo
tolo poderá ser encontrado despreparado, pondo a perder toda a sua vida. Os
primeiros a serem visados pelas palavras de Jesus são os líderes das
comunidades cristãs. Afinal, foi-lhes confiada a tarefa de guiar os irmãos na
fé, exatamente por terem se deixado tocar pelo Reino, de forma radical. Sem
isto, estariam incapacitados para esta missão tão delicada, e sua ação poderia
ter o efeito contrário: afastar do Reino quem foi confiado a seus cuidados.
Portanto, a liderança eclesial tem o dever de dar testemunho de uma fé robusta,
que se expressa numa existência totalmente voltada para a misericórdia. – Pai,
leva-me a tomar consciência de que muito será exigido de mim, pois muito me foi
dado. Que minha vida seja compatível com minha condição de discípulo do teu
Reino” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
A] - Paulinas).
Santo do Dia:
Santa Úrsula e
companheiras, mártires. Pouco se sabe sobre a vida dessas santas, cujas
narrativas são lendárias. Seu túmulo foi encontrado no século VIII nas
proximidades de uma igreja de Colônia, na Alemanha. Por narração popular,
Úrsula seria filha de um rei cristão da Inglaterra, de particular beleza,
suscitou a admiração e o amor de um príncipe pagão, que logo a pediu em
casamento. Secretamente, essa já havia se doado a Deus, tentando escapar do
casamento, ela pediu três anos de tempo para melhor conhecer a vontade de Deus
a seu respeito. Ela teria se retirado acompanhada de dez jovens escravas pagãs.
Uma a uma, todas as companheiras de Úrsula, atraídas pela palavra e pelo
exemplo da piedosa princesa, pediram o batismo. Foram todas batizadas em
Basiléia. No caminho de volta a Colônia, encontraram-se com hunos de Átila, que
massacraram as meninas, com exceção de Úrsula, pela qual se entusiasmou Átila e
resolveu matá-la pessoalmente.
Pe. João Bosco Vieira Leite