Quarta, 21 de outubro de 2020

(Ef 3,2-12; Sl Is 12; Lc 12,39-48) 

29ª Semana do Tempo Comum.

“Então Pedro disse: ‘Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?’” Lc 12,41.

“Pedro deseja saber para quem Jesus estava dirigindo a parábola do dono da casa e do ladrão: para o grupo ou para todos os presentes? A conclusão da parábola do servo fiel e do servo infiel, contada logo em seguida, serve de pista para responder a esta preocupação. ‘A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi entregue, muito mais se pedirá’. Bastava que os discípulos considerassem sua condição em relação a Jesus para saber a quem se destinava o ensinamento do Mestre. Quanto mais alguém se aproxima de Jesus e se deixa interpelar por ele, mais obrigação terá de colocar em prática os seus ensinamentos. Pelo contrário, quem aderiu a Jesus, mas leva uma existência preguiçosa e despreocupada, não agindo em conformidade com o projeto de Deus, tem sérios motivos para se inquietar. A hora do encontro com o Senhor pode chegar qualquer momento. E esse discípulo tolo poderá ser encontrado despreparado, pondo a perder toda a sua vida. Os primeiros a serem visados pelas palavras de Jesus são os líderes das comunidades cristãs. Afinal, foi-lhes confiada a tarefa de guiar os irmãos na fé, exatamente por terem se deixado tocar pelo Reino, de forma radical. Sem isto, estariam incapacitados para esta missão tão delicada, e sua ação poderia ter o efeito contrário: afastar do Reino quem foi confiado a seus cuidados. Portanto, a liderança eclesial tem o dever de dar testemunho de uma fé robusta, que se expressa numa existência totalmente voltada para a misericórdia. – Pai, leva-me a tomar consciência de que muito será exigido de mim, pois muito me foi dado. Que minha vida seja compatível com minha condição de discípulo do teu Reino (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).

 

Santo do Dia:

Santa Úrsula e companheiras, mártires. Pouco se sabe sobre a vida dessas santas, cujas narrativas são lendárias. Seu túmulo foi encontrado no século VIII nas proximidades de uma igreja de Colônia, na Alemanha. Por narração popular, Úrsula seria filha de um rei cristão da Inglaterra, de particular beleza, suscitou a admiração e o amor de um príncipe pagão, que logo a pediu em casamento. Secretamente, essa já havia se doado a Deus, tentando escapar do casamento, ela pediu três anos de tempo para melhor conhecer a vontade de Deus a seu respeito. Ela teria se retirado acompanhada de dez jovens escravas pagãs. Uma a uma, todas as companheiras de Úrsula, atraídas pela palavra e pelo exemplo da piedosa princesa, pediram o batismo. Foram todas batizadas em Basiléia. No caminho de volta a Colônia, encontraram-se com hunos de Átila, que massacraram as meninas, com exceção de Úrsula, pela qual se entusiasmou Átila e resolveu matá-la pessoalmente.  

 Pe. João Bosco Vieira Leite