(Ef 2,12-22; Sl 84[85]; Lc 12,35-38)
29ª Semana do Tempo Comum.
“Que vossos rins
estejam cingidos e as lâmpadas acesas” Lc 12,35.
“A vigilância é uma
virtude do discípulo do Reino. Nada lhe desvia a atenção, pois, desconhecendo a
hora em que o Senhor virá, procura estar sempre preparado para o encontro com
ele. Nada de ser apanhado desprevenido! A espera do Senhor acontece com a perseverança
na prática do amor misericordioso, em que o próximo carente e sofredor se faz
presente no horizonte das preocupações do discípulo. Os apelos egoístas não têm
vez em seu coração, pois sua pauta de ação é o Reino e o querer do Pai. A ordem
do Mestre consiste em ficar de prontidão, com o cinto amarrado e as lâmpadas
acesas. O cinto amarrado à cintura – o mesmo que os rins cingidos – apela para
a capacidade de discernimento. Os rins, na cultura da época, eram a sede do
pensamento e da capacidade de decidir. Tê-los cingidos era a metáfora de uma
vida feita de contínuo discernimento, na contramão de uma vida irresponsável,
com o risco de descambar para a maldade. As lâmpadas acesas são a metáfora da
superação das trevas do erro e do egoísmo, por onde vaga quem desconhece o fim
da caminhada e não tem consciência do encontro com o Senhor, que o espera como
juiz. A luz da fé permite ao discípulo caminhar com segurança, sem o perigo de
desviar do bom caminho, e o prepara para encontrar com o Senhor, seja qual for
o dia e a hora em que virá. – Pai, que eu esteja sempre com rins
cingidos e as lâmpadas acesas, vigilante à espera de teu Filho que vem, de modo
a ser acolhido por ele em teu Reino” (Jaldemir Vitório – Dia a
dia nos passos de Jesus [Ano A] – Paulinas).
Santo do Dia:
Santa Maria Bertilla Boscardin,
religiosa. Nascida a 6 de outubro de 1888 em Vicência, batizada com o nome de
Ana Francisca, desde menina dedicou-se aos trabalhos do campo, ajudando os
pais. Aos 17 anos Ana Francisca teve permissão de seguir a própria vocação
religiosa ingressando nas Mestras de Santa Dorotéia em Vicência. Lá fez o
noviciado e emitiu os primeiros votos temporários. Deixou em seguida Vicência e
foi para Treviso trabalhar no hospital, onde prestará o seu humilde e ativo
serviço até a morte, acontecida a 22 de outubro de 1922, aos 34 anos.
Beatificada em 1952, foi canonizada por João XXIII a 11 de maio de 1961. “É uma
humilde camponesa. Figura puríssima de perfeição cristã, modelo de recolhimento
e de oração. Nem êxtases, nem milagres durante a vida, mas uma união com Deus
sempre mais profunda no silêncio, no trabalho, na oração, na obediência.
Daquela união vinha a especial caridade que ela demonstrava para com os
doentes, médicos, superiores, enfim, para com todos” (Pio XII).
Pe. João Bosco Vieira Leite