(Fl 1,18-26; Sl 41[42]; Lc 14,1.7-11)
30ª Semana do Tempo Comum.
“Porque quem se eleva
será humilhado, e quem se humilha será elevado” Lc 14,11.
“Você reparou no
versículo deste Evangelho? Os fariseus o observavam. E Jesus também observava
‘como os convidados escolhiam os primeiros lugares’ (Lc 14,7). Que jeito
diferente de observar! A observação, como todas as ações internas e externas,
varia conforme a motivação que a provoca, conforme o que existe no coração do
observador. Coisas banais, à primeira vista, põem a nu as verdadeiras
motivações das pessoas. Assim, a escolha do assento num banquete assume uma
dimensão ética insuspeitada. Pode esconder uma perigosa busca de honra e
vaidade. E Jesus observa para ajudar, para servir, para fazer o bem. Jesus
interpreta esta experiência de modo simbólico, transportando-a para o âmbito
religioso. Esse comportamento humano torna-se imagem do que acontecerá com a
pessoa em sua relação com Deus. Os fariseus – como diz o Evangelho em diversas
partes – observam Jesus para acusa-lo. Conscientes de sua importância e
dignidade, preocupavam-se em garantir para si os primeiros e os melhores
lugares nos banquetes. Com isso, corriam o risco de se verem humilhados,
porque, se chegasse alguém mais importante que eles, deveriam ceder-lhe o lugar
de honra. Jesus disse com palavras o que Ele é e o que leva em seu coração: não
procura ser honrado, mas honrar; não pensa em sua honra, mas na honra do Pai.
Humildade e discrição são aconselháveis em qualquer circunstância. A pessoa
despojada de ambição poderá ter a alegria de se ver honrada e chamada a ocupar
um lugar de maior importância. Caso isto não aconteça, não se dará por
frustrado. Não pensa nele, mas nos outros. Toda a vida de Jesus é uma revelação
de quem é Deus: ‘Deus é amor’. – Pai, faze-me humilde e discreto no
trato humano. E que eu não aspire grandeza humana. Basta-me ser reconhecido e
exaltado por ti” (Sônia de Fátima Marani Lunardelli – Meditações para o dia
a dia [2015] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite