Sexta, 09 de outubro de 2020

(Gl 3,7-14; Sl 110[111]; Lc 11,15-26) 

27ª Semana do Tempo Comum.

“Então ele vai e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. E, entrando, instalam-se aí.

No fim, esse homem fica em condição pior do que antes” Lc 11,26.

“A comparação de Jesus nos deixa refletindo. Quando um espírito mau sai de alguém, fica vagando por aí, e quando volta traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. E então a pessoa fica em situação bem pior do que estava antes. Se deixamos de ser bons, não voltamos só a ser ruins. Nos tornamos piores! Se alguém abandona a graça recebida, fica pior do que antes da conversão. Não é impunemente que desprezamos a graça de Deus. Se a abandonamos, nos tornamos responsáveis por sua perda. Já advertiu Jesus: ‘a quem muito foi dado, mais será exigido’. Cuidemos, portanto, para não perder a fé que recebemos. Procuremos aproveitar bem a graça que nos foi dada. ‘Não deis lugar ao demônio’. Pois se deixamos que ele retorne, voltará com carga maior, a ruína será grande. Nosso coração não é morada do mal. Ele foi feito para acolher a presença do Espírito do Senhor, que o fecunda para se tornar o templo de Deus. Seria grande desgraça se isto não acontecesse. É este o estrago simbolizado pelos sete demônios. Para evita-lo, só basta acolher a presença de Deus, que suavemente preenche nossa vida com a harmonia de sua graça. Assim nossa casa estará limpa, para servir de morada do Altíssimo e de repouso para nossa alma. – Deus de amor, vinde encher nosso coração com a suave presença do vosso Espírito. E não permitais que o pecado vos expulse de nosso íntimo. Amém (Maria Luiza Silveira Teles – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São João Leonardo, presbítero. Nasceu em Diecimo, perto de Lucca, em 1541, sétimo filho de Tiago e Joana Lippi. Ainda jovem foi mandado a Lucca para aprender a arte de farmacêutico. Nesse período, pensou em construir uma associação juvenil, sob a direção do dominicano Bernadini, com o fim de realizar uma vida cristã mais intensa com oração em comum e generosa assistência aos pobres e peregrinos. Não obstante estas credenciais, o seu pedido para entrar na Ordem franciscana não foi aceito. Aos vinte e seis anos deixou a farmácia, e sob a guia de Bernardini, empreendeu os estudos eclesiásticos e na Epifania de 1571 pôde celebrar a primeira missa. Na igreja de são João de Magione, que lhe foi confiada pelo bispo, realizou a sua grande aspiração, fundando uma escola para o ensino da doutrina cristã. O sucesso de sua obra alcançou adesões e amigos, junto com os quais fundou em 1574 a Congregação dos padres reformados que em 1614 recebeu a denominação definitiva de Clérigos Regulares da Mãe de Deus, com sede junto à igreja de Santa Maria da Rosa. O grande apóstolo do século da Reforma pagou com muitas tribulações a coragem de pregar e de sustentar, de todos os modos, a necessidade de uma volta à genuína prática do Evangelho, numa época de decadência geral dos costumes. Após ter empreendido a reforma religiosa de vários mosteiros e de paróquias com espírito religioso dinâmico, impulsionado pelo zelo missionário, prensou e programou juntamente com o espanhol Vives uma congregação de sacerdotes que se dedicassem à propaganda da doutrina cristã entre os “infiéis”. Passou os últimos anos em Roma, onde morreu a 8 de outubro de 1609. Beatificado em 1861, teve a solene canonização em 17 de abril de 1938.

 Pe. João Bosco Vieira Leite