Sexta, 02 de outubro de 2020

(Ex 23,20-23; Sl 90[91]; Mt 18,1-5.10) 

Santos Anjos da Guarda.

“Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho ao lugar que te preparei” Ex 23,20.

“Quase cada página da Revelação escrita, diz são Gregório Magno, atesta a existência dos Anjos. No Novo Testamento aparecem no evangelho da infância, na narração das tentações do deserto e da consolação de Cristo no Getsêmani. São as testemunhas da Ressurreição, assistem a Igreja que nasce, ajudam os apóstolos e transmitem a vontade divina. Eles prepararão o juízo final e executarão a sentença, separando os bons dos maus e formarão uma coroa ao Cristo triunfante. Os anjos são mencionados mais de trezentas vezes no Antigo Testamento. Além dessas referências bíblicas, que por si só justificam o culto especial que os cristãos reservaram aos Anjos desde os primeiros tempos, é a natureza destes espíritos puros que estimula nossa admiração e nossa devoção. Eles são antes de tudo os mediadores das margens da verdade divina, iluminam o espírito com a luz interior da palavra. E são também guardiões das almas dos homens, sugerindo-lhes as diretivas divinas; invisíveis testemunhas dos seus pensamentos mais escondidos e das suas ações boas ou más, claras ou ocultas, assistem os homens para o bem e para a salvação. ‘Os anjos – dizia Bossuet – oferecem a Deus as nossas esmolas, recolhem até nossos desejos, fazem valer diante de Deus também nossos pensamentos... Sejamos felizes de ter amigos tão prestativos, intercessores tão fiéis, interpretes tão caridosos’. Fundamentando a verdade de fé sobre a própria afirmação do Redentor, a Igreja nos diz que cada cristão, desde o momento do batismo, é confiado ao seu próprio Anjo, que tem a incumbência de guarda-lo, guia-lo no caminho do bem, inspirando bons sentimentos, proporcionando a livre escolha que tem como meta Deus, Supremo Bem. A liturgia de 29 de setembro, que celebra Miguel, Gabriel e Rafael, lembra ao mesmo tempo todos os coros angélicos: os Anjos, os Arcanjos, os Tronos, as Dominações que adoram, as Potestades que tremem de respeito diante da Majestade divina, os Céus, as Virtudes, os Bem-aventurados Serafins e os Querubins. Mas desde o século XVI começou-se a celebrar uma festa distinta para os santos Anjos da guarda, universalizada por Paulo VI, depois que em 1508 Leão X aprovou o novo Ofício composto pelo franciscano João Colombi. Da península ibérica, onde teve início o culto, à França e à Áustria, a festa se espalhou por todo o mundo cristão” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite