Terça, 6 de outubro de 2020

(Gl 1,13-24; Sl 138[139]; Lc 10,38-42) 

27ª Semana do Tempo Comum.

“... Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada” Lc 10,42.

“Marta e Maria são paradigmas de dois tipos de discípulos, com duplo comportamento diante do Mestre, um correto e outro incorreto. Um deve ser imitado e o outro, evitado. Não se trata de contraste entre contemplação e ação, com o pressuposto de que a contemplação é mais importante que a ação. O evangelho fala de outra coisa. Discípulo é o que escuta a Palavra de Deus e a põe em prática. A ação segue a escuta do Senhor. Agir sem ter ouvido levará, com certeza, à realização de atos, até mesmo, contrário ao querer do Mestre. Entretanto, escutar sem partir para a ação, também, não condiz com a atitude do verdadeiro discípulo. Marta encarna o discípulo cujas muitas atividades não decorrem de uma escuta atenta do Mestre, por quem se deve deixar orientar. Fará coisas da própria cabeça, na ilusão de que basta fazer, freneticamente, coisas boas para estar seguro de realizar a vontade de Deus. É o falso discipulado, para o qual é preciso estar alerta. Maria encarna a postura correta do discípulo. A ação corresponde à prática do que ouviu do Senhor. É a obediência ao querer do Mestre. Evidentemente, a narrativa evangélica não pressupõe Maria aos pés de Jesus, sem cair na conta do que lhe competia fazer para acolher os hospedes. Ela partiria, sim, para a ação. Mas depois de escutar o Mestre. ‘Melhor parte’ significa, pois, a maneira correta de ser discípulo. – Pai, no desejo de ser um discípulo autêntico, disponha-me a sempre escutar teu Filho antes de me lançar à ação, para não me equivocar no caminho para ti” (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano A] – Paulinas).

 

Santo do Dia:

São Bruno, presbítero. Nascido em Colônia em 1035, de nobre família, tinha terminado seus estudos na escola episcopal de Reims, aonde, após a ordenação sacerdotal, voltou na qualidade de professor de teologia. Nomeado chanceler do arcebispo de Reims, opôs-se à eleição simoníaca do bispo Manassés, mais tarde deposto por Gregório VII, que chamou o próprio Bruno para suceder a Manassés. Tendo o rei posto um veto à sua eleição, Bruno decidiu colocar em prática uma antiga aspiração de sua juventude, a vida monástica. Veio a fundar a ordem dos cartuxos. Esteve um breve tempo em Roma como conselheiro do papa Urbano II. Viveu o resto de seus dias retirado. Morreu a 6 de outubro de 1101, em Torre, na Calábria.

 Pe. João Bosco Vieira Leite