Terça, 01 de setembro de 2020

(1Cor 2,10-16; Sl 144[145]; Lc 4,31-37) 

22ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus o ameaçou, dizendo: ‘Cala-te e sai dele!’ Então o demônio lançou o homem no chão,

saiu dele e não fez mal nenhum” Lc 4,35.

“A primeira maneira que Jesus encontrou para implementar o Reino de libertação foi a de resgatar o ser humano das forças malignas que o oprimiam. Por estas forças, a pessoa torna-se escrava e é reduzida a condições sub-humanas. O resgate da dignidade humana exigia uma imediata atuação de Jesus. Alguns elementos da cena evangélica chamam a atenção. O homem possuído por um espírito impuro encontrava-se num espaço sagrado – a sinagoga. A sacralidade e a santidade do local não foram suficientes para libertá-lo. Foi preciso que alguém intervisse num nível mais elevado. Por outro lado, o demônio, falando pela boca do possesso, reconheceu que Jesus viera arruiná-lo. Chegava ao fim a tirania que Satanás impunha às pessoas. O reino do mal estava irremediavelmente abalado. Outro detalhe: o possesso confessa a identidade messiânica de Jesus, de maneira correta, coisa que não acontecera em sua cidade natal. ‘Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!’ – proclama o demônio. Exclamação que deveria estar na boca de cada pessoa de fé. O demônio reconhecia a identidade de Jesus, mas recusava-se a submeter-se a ele. O Mestre curou o possesso pelo poder de sua palavra. Dispensou as palavras mágicas ou os ritos cabalísticos. Bastou uma única ordem dele para que o demônio deixasse o homem em paz. Desta forma, o Reino de Deus irrompia na história humana pela ação de Jesus. – Pai, faze-me forte para enfrentar e vencer as forças malignas que cruzam meu caminho, tentando afastar-me de ti. Como Jesus, quero abalar o poder do mal deste mundo” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).

 

Santo do Dia:

Santo Egídio, abade. A época em que viveu o nosso santo não se sabe com certeza. Alguns historiadores identificam-no com o Egídio mandado a Roma por são Cesário de Arles no início do século VI, outros colocam-no um século e meio mais tarde e outros ainda datam sua morte entre 720 e 740. O túmulo do santo, venerado em uma abadia da região de Nimes, remonta provavelmente à época merovíngia, embora a inscrição não seja anterior ao século X, data em que também foi composta a vida do santo abade. Entre as narrações que mais têm contribuído para a popularidade do santo está aquela da corça enviada por Deus para levar leite ao piedoso eremita, que havia muitos anos vivia num bosque, distante do convívio humano. Um dia a benéfica corça complicou-se numa caçada onde estava o rei em pessoa. O caçador real perseguiu a presa, mas no instante de atirar a flecha não percebeu que o animal amedrontado estava já aos pés do eremita. Assim a flecha destinada ao manso quadrúpede feriu, ainda que de leve, o piedoso anacoreta. O incidente teve uma consequência que facilmente intuímos: o rei tornou-se amigo de Egídio, obteve o perdão dando-lhe de presente todo aquele terreno, no qual mais tarde surgiu uma grande abadia. Aqui o bom ermitão, em troca da solidão perdida irremediavelmente, teve o conforto de ver prosperar uma ativa comunidade de monges, dos quais Egídio foi o abade. Numerosos são os testemunhos do seu culto na França, Bélgica e Holanda, onde é invocado contra a convulsão da febre, contra o medo e a loucura.  

 Pe. João Bosco Vieira Leite