Quarta, 19 de agosto de 2020

(Ez 34,1-11; Sl 22[23]; Mt 20,1-16) 

20ª Semana do Tempo Comum.

“Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo.

Não combinamos uma moeda de prata?’” Mt 20,13.

“Na criação não existe repetição. Cada criatura é única. Não existem dois insetos que se igualam. Muito menos existem duas pessoas iguais. Não somente no aspecto físico, mas especialmente no mundo espiritual de cada um. Não existem duas idades iguais. Cada pessoa tem seu tempo de vida. Podem igualar-se nos anos, jamais se igualarão nos segundos. Há um tempo diferente para nascer e um tempo mais diferente ainda para morrer. E para Deus não importa o tempo e nem sua quantidade. Para Ele mil anos são como um ano. Nós somos marcados pelo tempo e marcamos tudo pelo tempo. O importante na vida não é a quantidade e sim a qualidade. Pessoas podem ter vivido muitos anos e não terem produzido nada de bom. Outras podem ter vivido poucos anos e terem enchido esse tempo totalmente. Pode ter sido esse o critério de Jesus diante dos operários da vinha. Uns trabalhavam mais tempo e outros menos, e a todos, o dono deu igualdade de recompensa. O operário que se queixou pode ter cumprido o tempo, mas pode não ter dado qualidade ao tempo. Pode não ter feito com amor. O amor é a qualidade máxima da vida. Aquilo que se faz por amor é o tempo contado. Uma hora vivida e trabalhada com amor vale mais diante de Deus do que horas vazias, de apenas obrigação cumprida. Os critérios de Deus não são os nossos. Os critérios de Deus são sempre justos. Alguém pode viver oitenta anos, e tê-los deixados vazios de vida e amor. Um outro alguém pode ter vivido poucos anos e ter cumprido sua missão neste mundo. Isso é que conta diante de Deus. – Deus da vida e do tempo, concedei-me viver em plenitude a vida que me é concedida. Que nenhum minuto se perca em banalidadeO tempo é sagrado. É meu instrumento de realização. Que eu saiba preenche-lo com carinho e amor. Amém (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São João Eudes, presbítero. Nascido em Ri, perto de Argetan, na França, em 1601, é um dos mais zelosos reformadores da vida religiosa do seu tempo, enfrentando uma onda de esquecimento e desprezo da espiritualidade cristã. Tendo ingressado na Congregação do Oratório, foi ordenado sacerdote e dedicou-se à pregação. Quando estourou a epidemia da peste na Normandia, João foi para lá prestar assistência. Chegou a contrair a doença, mas recuperou-se e retomou sua pregação em meio ao povo por todos os recantos da França. Em 1643 fundou a Congregação de Jesus e Maria (padres eudianos), formada por padres vinculados somente pelo voto da obediência. A finalidade da nova congregação era a preparação espiritual dos novos candidatos ao sacerdócio e a pregação das missões ao povo. São Pio X definiu João Eudes pai, doutor e apóstolo da devoção aos sacratíssimos corações de Jesus e de Maria. Morreu a 19 de agosto de 1680 com a idade de setenta e nove anos. Foi canonizado em 1925. A influência deste santo foi grande não só em seu país, mas em todo o mundo cristão.  

 Pe. João Bosco Vieira Leite