Segunda, 31 de agosto de 2020

(1Cor 2,1-5; Sl 118[119]; Lc 4,16-30) 

22ª Semana do Tempo Comum.

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção

para anunciar a Boa-nova aos pobres” Lc 4,18a.

“Ele estava na sinagoga, participando do culto semanal. Alguém o convidou ou Ele mesmo manifestou o desejo de proclamar a leitura a fazer a interpretação do texto sagrado. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. E Ele, respeitando as tradições do seu povo, leu a passagem que lhe foi indicada: O Espírito do Senhor está sobre mim... (cf. Is 61,1-2). As palavras do profeta ganharam vida e sabor na boca de Jesus. Ali estava um programa de vida, algo que ele mesmo cumpria: anunciar aos pobres boas notícias: curar os enfermos e libertar os cativos; devolver ao seu povo a esperança, a alegria e a vontade de viver. E foi essa a intenção que Ele manifestou ao comentar a passagem: aquelas palavras não cairiam no vazio. Elas seriam o seu programa de vida. Infelizmente, nem todos o compreenderam, e alguns não quiseram mesmo compreendê-lo. O texto de Lucas, ainda, faz alusão ao ano jubilar (cf. Lv 25). Jesus é aquele que veio anunciar o início do tempo da graça do Senhor, o tempo da libertação, do cancelamento das dívidas. O Filho não veio para condenar, mas para salvar; portanto, é hora de pôr a casa em ordem e recomeçar, pois o Senhor concedeu a todos a chance de uma nova vida. O texto de Lucas (Lc 4,16-30), portanto, convida-nos a dar fim a todas as formas de violência, dominação e exclusão. Somos especialmente chamados a trabalhar pela construção do Reino. Lembremo-nos do que o Mestre dizia: muito mais felizes são os semeadores da paz e os buscadores da justiça (cf. Lc 6,20-38). – Liberta-nos, Senhor, e ensina-nos a ser libertadores; perdoa-nos e ensina-nos a ser perdoadores; cura-nos e ensina-nos a ser cuidadores; pacifica-nos, Senhor, ensina-nos a ser pacificadores; ajuda-nos, Senhor, a colher a tua graça e faz de nós os buscadores de tua justiça, os servidores do teu Reino, amém (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São Raimundo Nonato, religioso. Raimundo, chamado de nonato porque foi extraído do corpo da mãe morta no parto, veio à luz em 1220 em Portell nas proximidades de Barcelona, de família nobre. Vestiu o hábito dos mercedários aos vinte e quatro anos e seguindo o exemplo do fundador (São Pedro Nolasco), se dedicou à libertação dos escravos da Espanha ocupada pelos mouros e à pregação no meio deles. Um dia, após a volta de uma viagem de Roma, ultrapassou o estreito e foi à Argélia, tornando-se escravo entre os escravos para manter acesa entre eles a chama da fé com a palavra e com o exemplo da caridade ativa. Assim viveu vários meses como refém e submetido a reiteradas e cruéis malvadezas para levar o evangelho aos mulçumanos. O papa Gregório IX quis render-lhe uma homenagem pública por tão grandes virtudes conferindo-lhe em 1239, apenas libertado, a dignidade cardinalícia, convocando-o como conselheiro. Mas Raimundo veio a morrer antes de receber tal honraria no dia 31 de agosto de 1240 em Cardona, perto de Barcelona. Foi sepultado na igreja de são Nicolau, que a popular devoção do santo, inserido no Martirológio Romano em 1657 pelo papa Alexandre VII, transformou em meta de peregrinações. Pela sua difícil vinda à luz do mundo, ele é invocado como o patrono e protetor das parturientes e das parteiras.

Pe. João Bosco Vieira Leite