Quarta, 02 de setembro de 2020

(1Cor 3,1-9; Sl 32[33]; Lc 4,38-44) 

22ª Semana do Tempo Comum.

“Mas Jesus disse: ‘Eu devo anunciar a Boa-nova do Reino de Deus também a outras cidades,

porque para isso é que fui enviado’”. Lc 4,43.

“Nós, cristãos, costumamos repetir muito a expressão do Antigo Testamento que fala no ‘Povo de Deus’. Assim nos consideramos, como se o Reino fosse propriedade única e exclusiva nossa, como se os não-cristãos não fossem nossos irmãos, filhos de um mesmo Pai. Neste versículo de Lucas, Jesus parece dar-nos um ‘puxão de orelhas’. ‘É preciso que também anuncie a boa-nova do Reino de Deus às outras cidades’. O que ele queria dizer? ‘Eu não vim apenas para vós, eu vim para todos’. E, como verdadeiros cristãos, esta é a nossa obrigação: não olhar a humanidade dividida, discriminando segmentos. Para todos, humildes e poderosos, compatriotas e estrangeiros, homem, mulher e criança, religiosos ou não-religiosos, devemos anunciar a boa-nova do reino de Deus, não pregando ideias teológicas ou dogmas, mas, antes de tudo, pregando o amor, a esperança, a fé, a compreensão, a complacência, a justiça, a liberdade. A bondade, o espírito de justiça, o sorriso amigo, a humildade, a simplicidade, a aura de paz, o brilho nos olhos são algo que surpreende as pessoas, levando-as a refletir e questionar. Quantas vezes, diante de provações sérias, as pessoas nos perguntam: ‘Onde você pode conseguir tanta fortaleza?’. ‘Para isto é que fui enviado’. Nós o recebemos. Tantos não o receberam ainda. Ao invés de cortarmos de nossas vidas estas pessoas, vamos, ao contrário, despertá-las para receber o ‘Enviado’ e guardar, em seus corações, e colocar na prática de suas vidas toda a riqueza de seus ensinamentos. Que todas as cidades, que todos os recantos da terra, através da presença de verdadeiros cristãos, possam ter acesso à doçura, à mansuetude, ao amor, à justiça e à misericórdia do Cristo! – Jesus, Senhor de todos os povos e de todas as nações, ajudai-nos a lidar com as diferenças e abrigar, com amor, em nossos corações, todos aqueles que têm sede e fome de amor e justiça! Amém (Maria Luiza Silveira Teles – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 

Santo do Dia:

Santa Doroteia. Nasceu em Cesaréia da Capadócia. Seus pais foram martirizados. Doroteia recebeu uma educação esmerada. Vivia em jejum e oração essa humilde de doce jovem. Embora aparecesse pouco em público, era uma verdadeira apóstola de Cristo, pela atividade que exercia entre os cristãos, animando-os à constância na luta contra os perseguidores. O governador Fabrício recebeu ordem imperial para exterminar a religião cristã. Denunciada, Doroteia foi intimida, perante o governador, a sacrificar aos deuses. Tendo recusado tal mandato, foi decapitada. Sua morte traz consigo a conversão de Teófilo, um dos advogados da sua condenação que lhe pedira para enviar flores do paraíso a título de zombaria. No momento que estava sendo decapitada lhe foram entregues as flores solicitadas. Teófilo passa a crer no Deus vivo e por isso será também condenado. Doroteia é a santa das flores e faz parte daquela florescência de jovens que, com sua virgindade e com sua graça, perfumaram o cristianismo primitivo.   

  Pe. João Bosco Vieira Leite