(Jr 31,1-7; Sl Jr 31; Mt 15,21-28)
18ª Semana do Tempo Comum.
“Diante disso, Jesus
lhe disse: ‘Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!’
E desde aquele
momento sua filha ficou curada” Mt 15,28.
“O episódio da mulher
cananeia revela o drama que Jesus viveu a respeito dos limites históricos de
sua missão. Como Ele próprio argumentou com a cananeia, Ele tinha sido enviado
‘somente para as ovelhas perdidas da casa de Israel’. Era dentro do âmbito
estreito do povo de Israel que Ele precisava cumprir a missão de testemunhar o
amor do Pai a toda a humanidade. Fazia parte de sua espiritualidade, que o
levava a dizer: ‘meu alimento é fazer a vontade do Pai’, limitar sua atividade
ao território de Israel. Mas, para mostrar que sua missão não se limitava ao
povo de Israel, Ele atravessou todas as fronteiras geográficas do seu país. Ao
sul, desde criança, buscou refúgio no Egito para escapar à sanha do velho
Herodes. Depois, a leste, foi para a ‘Betânia além Jordão’, fora, portanto, do
alcance das autoridades de Israel, que pretendiam controla-lo de perto. A
nordeste, ordenou aos discípulos que conduzissem a barca para o outro lado, no
‘país dos guedarenos’, onde fez questão de curar o homem possuído por uma
multidão de demônios. Depois, mais ao norte, foi para a região de Tiro e
Sidônia, onde Ele, de novo, deixou de lado o critério dos limites geográficos
para se guiar pela destinação universal de sua mensagem. A encarnação o levou a
vestir a roupagem estreita da cultura de Israel, traduzida em limites
geográficos. Mas, mesmo dentro dela, nunca deixou de transparecer a destinação
universal do seu Evangelho. – Senhor Jesus, testemunhastes um amor
infinito, dentro de pequenos espaços humanos. Ajudai-nos a viver com amor
generoso os limites estreitos de nossa existência. Amém!” (Dom Luís
Demétrio Valentini – Meditações para o dia a dia [2015] –
Vozes).
Santo do Dia:
Consagração da
Basílica de Santa Maria maior. Não temos hoje uma pessoa, mas a
memória da consagração de um dos maiores templos pagãos adaptado à basílica
cristã, como era costume em Roma, quando da conversão ao cristianismo. Segundo
a lenda, Nossa Senhora teria aparecido na noite de 5 de agosto de 352 ao papa
Libério (352-366) e a um patrício romano e solicitado que construíssem uma
igreja onde de manhã encontrassem neve. No dia seguinte houve uma prodigiosa
nevada que cobriu a área exata do edifício, e estes, convencidos, construíram o
primeiro grande santuário mariano que recebeu o nome de Santa Maria da Neve,
vindo a passar por uma reforma redimensional feita pelo papa Sisto III, quando
da proclamação do dogma da maternidade divina de Maria (431). À forma atual da
basílica contribuíram vários pontífices vindo a se tornar o maior monumento ao
culto da bem-aventurada Virgem (à qual prestamos um culto de hiperdulia, isto
é, de veneração maior do que o prestado aos outros santos). Também foi
denominada de Santa Maria do Presépio, quando para aí foram levadas tábuas que
teriam sido da antiga manjedoura que acolheu o Menino Jesus. Esta celebração
litúrgica da dedicação da basílica entrou no calendário romano no ano de 1568.
Pe. João Bosco Vieira Leite