Quinta, 13 de agosto de 2020

 (Ez 12,1-12; Sl 77[78]; Mt 18, 21—19,1)

19ª Semana do Tempo Comum.

“Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’” Mt 18,21.

“A principal condição para o bom êxito da comunidade cristã é o perdão sem limites. Pedro se acha generoso, sugerindo ele próprio o número sete como resposta à sua pergunta sobre a frequência com que se deve perdoar: ‘até sete vezes?’ (18,21). Entre os judeus costumava-se perdoar de duas a três vezes ao homem que tinha pecado contra alguém. Mas Pedro está disposto a ultrapassar os fariseus em sua disposição de perdoar. Jesus, porém, recomenda um perdão que não tem limites. Sete pode significar também o número da perfeição. Nesse caso, Pedro não perguntaria propriamente quantas vezes deve perdoar, e sim se o perdão deveria ser perfeito. A resposta de Jesus, ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete’, significaria, nesse caso, que Jesus espera ‘um perdão completo-completíssimo, sem limites-infinito, inúmeras vezes repetido’ (Luz III, 62). Jesus insiste principalmente no perdão sem comedimento. E isso tanto em relação ao número de vezes quanto à maneira de perdoar. O perdão deve ser perfeito, ou seja, deve vir do fundo do coração e não só da vontade. Ele deve atingir as profundezas do inconsciente. É um perdão perfeito quando participa do perdão divino” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação – Loyola).

 

Santo do Dia:

Santos Ponciano e Hipólito, papa e presbítero mártires. De antiga e nobre família dos Calpurni, Ponciano foi eleito papa em 230, durante o império do manso e sábio Alexandre Severo, cuja tolerância a respeito de religião permitiu à Igreja reorganizar-se. Neste período de paz acontece a primeira cisão quando Hipólito, sacerdote culto e austero, pouco inclinado ao perdão e temeroso que em toda a reforma houvesse erro, se intitulou como chefe da Igreja. Chegando ao poder o imperador Maximiano, e encontrando a Igreja com dois chefes, mandou a ambos para trabalhos forçados numa mina em Sardenha. Para evitar que a Igreja ficasse sem pastor, Ponciano renuncia a seu pontificado. Esse gesto deve ter movido o coração do intransigente Hipólito que morreu reconciliado com a Igreja em 235. Os corpos dos dois mártires, transportados com grande honra, foram sepultados em Roma. 

Pe. João Bosco Vieira Leite