(Ez 12,1-12; Sl 77[78]; Mt 18, 21—19,1)
19ª Semana do Tempo Comum.
“Pedro aproximou-se
de Jesus e perguntou: ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar
contra mim? Até sete vezes?’” Mt 18,21.
“A principal condição
para o bom êxito da comunidade cristã é o perdão sem limites. Pedro se acha
generoso, sugerindo ele próprio o número sete como resposta à sua pergunta
sobre a frequência com que se deve perdoar: ‘até sete vezes?’ (18,21). Entre os
judeus costumava-se perdoar de duas a três vezes ao homem que tinha pecado
contra alguém. Mas Pedro está disposto a ultrapassar os fariseus em sua
disposição de perdoar. Jesus, porém, recomenda um perdão que não tem limites.
Sete pode significar também o número da perfeição. Nesse caso, Pedro não
perguntaria propriamente quantas vezes deve perdoar, e sim se o perdão deveria
ser perfeito. A resposta de Jesus, ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta
vezes sete’, significaria, nesse caso, que Jesus espera ‘um perdão
completo-completíssimo, sem limites-infinito, inúmeras vezes repetido’ (Luz III,
62). Jesus insiste principalmente no perdão sem comedimento. E isso tanto em
relação ao número de vezes quanto à maneira de perdoar. O perdão deve ser
perfeito, ou seja, deve vir do fundo do coração e não só da vontade. Ele deve
atingir as profundezas do inconsciente. É um perdão perfeito quando participa
do perdão divino” (Anselm Grün – Jesus, Mestre da Salvação –
Loyola).
Santo do Dia:
Santos Ponciano e
Hipólito, papa e presbítero mártires. De antiga e nobre família dos Calpurni,
Ponciano foi eleito papa em 230, durante o império do manso e sábio Alexandre
Severo, cuja tolerância a respeito de religião permitiu à Igreja
reorganizar-se. Neste período de paz acontece a primeira cisão quando Hipólito,
sacerdote culto e austero, pouco inclinado ao perdão e temeroso que em toda a
reforma houvesse erro, se intitulou como chefe da Igreja. Chegando ao poder o
imperador Maximiano, e encontrando a Igreja com dois chefes, mandou a ambos
para trabalhos forçados numa mina em Sardenha. Para evitar que a Igreja ficasse
sem pastor, Ponciano renuncia a seu pontificado. Esse gesto deve ter movido o
coração do intransigente Hipólito que morreu reconciliado com a Igreja em 235.
Os corpos dos dois mártires, transportados com grande honra, foram sepultados
em Roma.
Pe. João Bosco Vieira Leite