Quinta, 06 de agosto de 2020

(Dn 7,9-10.13-14; Sl 96[97]; Mt 17,1-9) 

Transfiguração do Senhor.

“Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte,

sobre uma alta montanha” Mt 17,1.

“A liturgia romana lia um trecho do evangelho que se refere ao episódio da transfiguração no sábado das Quatro Têmporas de Quaresma, pondo assim em relação este mistério com a paixão. O próprio evangelista Mateus inicia a narração com as palavras: ‘Seis dias depois (isto é, após a confissão de Pedro e a primeira predição da paixão), Jesus tomou Pedro, Tiago e seu irmão João, e os levou para um lugar à parte, em um alto monte. E ali foi transfigurado diante deles. O seu rosto resplandeceu como o sol e as suas vestes tornaram-se alvas como a luz’. Existe neste episódio uma clara oposição à agonia do horto de Getsêmani. É evidente a intenção de Jesus de oferecer aos três apóstolos um antídoto que os fortalecesse na convicção da sua divindade durante o terrível teste da paixão. O alto monte, que o Evangelho não diz qual seja, é quase certo tratar-se do Tabor, localizado no coração da Galileia e domina a planície circunstante. A data deve ser colocada entre o Pentecostes hebraico e a festa das Cabanas, no segundo ano da vida pública, no ano 29, no período dedicado por Jesus de modo particular à formação dos apóstolos. Aquela montanha isolada era de fato muito propícia às grandes meditações, no silêncio solene das coisas e no ar rarefeito que mastigava o calor de verão. Com esta visão sobrenatural Jesus dava uma confirmação à confissão de Pedro: ‘Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo’. Aquele instante de glória sobre-humana era o penhor da glória da ressurreição: ‘O Filho do homem virá na glória do seu Pai’. O próprio tema do colóquio com Moisés e Elias era a confirmação do anúncio da paixão e da morte do Messias. A transfiguração, que faz parte do mistério da salvação, é bastante merecedora de uma celebração litúrgica, que a Igreja, tanto do Ocidente como do Oriente, celebrou de vários modos e em diferentes datas, até que o papa Calisto III elevou de grau a festa, estendendo-a à Igreja universal” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite