Sexta, 21 de agosto de 2020

 (Ez 37,1-14; Sl 106[107]; Mt 22,34-40) 

20ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus respondeu: ‘amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma

e de todo o teu entendimento’” Mt 22,37.

“O amor ocupou o lugar central na pregação de Jesus. E, também, em seu testemunho de vida. Tudo nele apontava para o amor e aí encontrava sentido. Seu amor manifestava-se como misericórdia e compaixão no trato com os pequenos, os marginalizados e os pecadores. Sem fazer acepção de pessoas e sem desprezar ninguém, seu coração pendia para quem era, especialmente, carente de amor. Sendo assim, é compreensível que transformasse o amor no mandamento por excelência. Dele, dependem toda a Lei e os Profetas. A submissão escrupulosa aos ditames da Lei é desprovida de sentido, se faltar o amor. O legalismo é uma prática vazia, pois falta à obediência cega aos mandamentos o que lhe pode dar consistência, o amor. A compreensão da centralidade do amor na vida e nas palavras de Jesus decorre da experiência de comunhão com o Pai, que é amor. Dele provém todo amor que tem para dar e foi oferecido até o limite da morte de cruz. Essa profundidade na vivência do amor é o reflexo da profundidade de seu enraizamento no Pai. O discípulo do Reino compreenderá a centralidade do amor em sua vida, se, como Jesus, estiver firmado no Pai. Aliás, esta é a maneira incontestável de verificar a solidez de sua fé: viver no amor. E a forma de demonstrar que, de fato, segue os passos do Mestre. – Pai, dispõe-me a seguir os passos de teu Filho, sendo, como ele, compassivo e misericordioso com os pequeninos e marginalizados” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano A] - Paulinas).

 

Santo do Dia:

São Pio X, papa. Nasceu a 2 de junho de 1835 em Riese, no Treviso. Filho de camponeses. Foi batizado no dia seguinte com o nome de José Melquior. Perdeu seu pai ainda na infância, ao lado de seus nove irmãos. Sua mãe corajosamente cuidou dos filhos. Foi ordenado sacerdote aos 23 anos, por nove anos foi capelão em Tombolo; por outros nove, pároco em Salzano; por outros nove cônego e diretor espiritual em Treviso; nove anos bispo de Mântua e outros nove anos cardeal-patriarca de Veneza; e foi papa durante onze anos (de 1903 a 1914). Morreu a 20 de agosto de 1914, desgostoso pela guerra que já sacudia a Europa. Seu pontificado foi marcado pela organização interna da Igreja (“Restaurar tudo em Cristo”), mesmo muito amável, descuidou das relações diplomáticas e suas implicações políticas, talvez tentando evitar o difundido modernismo que ameaçava a Igreja e o próprio clero. Promoveu a renovação litúrgica, criou o catecismo para instrução religiosa das crianças, permitindo-lhes fazer a comunhão mais cedo. Sorridente e perspicaz, imprimiu em seu pastoreio uma simplicidade e disponibilidade em servir. Um homem pobre que teve que pedir dinheiro emprestado para ir até o conclave que o elegeria papa, e cuja passagem de volta já estava comprada, pois estava convencido que o Espírito Santo não cometeria o erro de sugerir ao sacro colégio a sua escolha.

 Pe. João Bosco Vieira Leite