(Ap 21,9-14; Sl 144[145]; Jo 1,45-51)
São Bartolomeu.
“Filipe encontrou-se
com Natanael e lhe disse: ‘Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na lei
e também os profetas:
Jesus de Nazaré, o filho de José’” Jo 1,45.
“Nas quatro
enumerações dos apóstolos, é apresentado com o nome de Bartolomeu. Bar Tholmai,
filho de Tholmai (em hebraico Tholmai quer dizer arado ou agricultor). São João
não traz o nome de Bartolomeu, mas o de Natanael, por isso os estudiosos
concordam em identificar Bartolomeu com Natanael. Foi o apóstolo Filipe quem
lhe apresentou Cristo: ‘Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e
os profetas: Jesus de Nazaré’. ‘De Nazaré? – replica Natanael – pode vir algo
bom de Nazaré?’ Natanael era de Caná, que dista 14 quilômetros de Nazaré e é
proverbial o menosprezo que existe entre povoados vizinhos. O Mestre, porém,
ofereceu logo uma ponte entre ele e o jovem de Caná: ‘eis um verdadeiro
israelita, em quem não há fingimento’. Ao ouvir esse elogio, Natanael
manifestou a sua surpresa: ‘De onde me conheces? Jesus lhe respondeu: ‘Antes
que Filipe te chamasse, eu te vi, quando estavas sob a figueira’. O que se
passou debaixo da figueira ficará um segredo entre o límpido apóstolo e o
Messias. Após aquele breve colóquio, Bartolomeu (Natanael) manifestou sua
incondicionada adesão a Cristo: ‘Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de
Israel!’ E Jesus: ‘Crês só porque te disse: eu te vi debaixo da figueira? Verás
coisas maiores que estas’. Natanael-Bartolomeu viu de fato os prodígios
operados pelo Mestre, ouviu a sua mensagem, assistiu a sua paixão e
glorificação, depois se tornou arauto da Boa Nova, aceitando com o mesmo
entusiasmo as consequências de um testemunho comprometido. De suas atividades
apostólicas não temos notícias certas. As lições do breviário romano apresentam
informações de uma antiga tradição armênia: ‘O apóstolo Bartolomeu, que era da
Galileia, foi para a Índia. Pregou àquele povo a verdade do Senhor Jesus
segundo o evangelho de são Mateus. Depois que naquela região converteu muitos a
Cristo, sustentando não poucas fadigas e superando muitas dificuldades, passou
para a Armênia maior... onde levou à fé cristã o rei Polímio e sua esposa e a
mais de doze cidades. Essas conversões, no entanto, provocaram uma enorme
inveja dos sacerdotes locais, que por meio do irmão do rei Polímio, conseguiram
a ordem de torar a pele de Bartolomeu e depois decapitá-lo’” (Mario Sgarbosa e
Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite