Terça, 23 de junho de 2020

(2Rs 19,9-11.14-21.31-36; Sl 47[48]; Mt 7,6.12-14) 

12ª Semana do Tempo Comum.

“Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a lei e os profetas”

Mt 7,12.

“Não é preciso tomar todo o caldeirão de sopa para saber se o tempero está bom. Basta misturar bem e experimentar uma pontinha de colher. Assim acontece com certos preceitos do Evangelho. Eles misturam um pouco de tudo, um punhado de amor, uma pitada de perdão, dois dedinhos de renúncia e assim por diante. Está aí um resumo de toda a Escritura. Este preceito é bem uma inversão daquele outro, negativo, ‘não faças aos outros o que não queres que te façam’. O positivo tem uma vantagem de capital importância: coloca-nos a responsabilidade da iniciativa. Se alguém deve começar a amar sou eu, como eu gostaria de ser amado. Agindo assim, somos parecidos com Deus que nos amou primeiro, ainda quando estamos no pecado. O Mestre já havia resumido ‘toda a Lei e os Profetas’ em apenas dois mandamentos: o primeiro e o maior, amar a Deus de todo o coração; o segundo, semelhante ao primeiro, amar ao próximo com a si mesmo. Aqui, por um momento, ele deixa até de lado o primeiro, como a dizer: se a nossa religião não serve para nos ensinar o amor, o respeito, a partilha, a justiça, a solidariedade, a alegria de conviver entre os homens, então para que serve amar a Deus? Suspeito que as nossas solenes liturgias, nossos cultos festivos, nossas lições de teologia devem sempre ficar engasgados ao celebrar os dois milênios ouvindo a Lei e os Profetas, ainda estamos na primeira lição. – Justo Juiz, Misericordioso Senhor, nossa prova final já está preparada. ‘Eu tive fome e me deste de comer, tive sede e me deste de beber...’ Muitos, segundo o Evangelho, ainda serão pegos de surpresa: ‘quando foi, Senhor, que te vimos com fome?’ Dai-nos a coragem de entender como nossa responsabilidade de tomar a iniciativa de praticar gestos de amor. Amém (João Bosco Barbosa – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 

Santo do Dia:

São José Cafasso, presbítero. Nascido em Castelnuovo d’Asti, Itália, em 1811. De caráter reflexivo, manso, estudioso, gostava de dedicar várias horas à meditação diante do Santíssimo. Contemporâneo de Dom Bosco. Foi ordenado padre aos 22 anos. Era magro e encurvado por causa de um desvio da espinha dorsal que o obrigava a estar inclinado também nas poucas horas do dia que passava fora do confessionário. Morreu aos 49 anos em 1860. Declarado santo em 1947, foi declarado o patrono dos encarcerados e dos condenados à pena capital, pois durante a vida tinha feito do cárcere o lugar preferido para o seu apostolado sacerdotal.

 Pe. João Bosco Vieira Leite