Quinta, 25 de junho de 2020

(2Rs 24,8-17; Sl 78[79]; Mt 7,21-29) 

12ª Semana do Tempo Comum.

“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus” Mt 7,21.

“O caráter ameaçador de uma existência dividida é de tal modo excessivamente aguçada que a exortação é revestida de uma cena de juízo apocalíptico. O Senhor escatológico sentenciará ao anátema os cristãos que levaram ‘uma vida dupla’, na qual seu ‘exterior’ e seu ‘interior’ não se harmonizam. Eles devem estar sempre conscientes de que a observância formalmente exata de normas exteriores não recebe aprovação por parte de seu Senhor, mas somente uma vida de fé dinâmica, fundada na disposição de fazer a vontade do Pai de Jesus Cristo por amor a Deus e aos semelhantes. Com isso, a seção açoita um fenômeno que estava presente desde o começo da Igreja e que foi mantido como uma acusação permanente contra cristãos confessos e anunciadores até hoje (cf. Mt 23,27-28). Na discrepância entre ser e parecer reside o perigo íntimo do cristianismo. Se o Sermão da Montanha traça o cristão ideal, então se trata de, comparando-se a ele, mudar constantemente a própria vida e revisá-la no sentido do quadro ideal. A última seção (vv. 24-27) contém a defesa conclusiva em prol do ‘ensinamento sobre a montanha’. Escolhê-lo como base da própria vida é sinal de prudência. Ele é a ‘rocha’ que não pode ser autoconstruída. Ele contém as palavras autorizadas do Senhor, sobre as quais a vida pode significativa e seguramente transcorrer e desenvolver-se. A antítese mostra aquele insensato leviano que transcura o ensinamento do Senhor como fundamento da vida e, consequentemente, constrói apenas um ‘castelo no ar’, pois a obsequiosa palavra de Cristo só salva a pessoa que a põe em prática. Se isso não acontece, pode-se contar com a ruína daquilo que o ser humano fez por si e para si: nada subsiste. Visto que se oferece a possibilidade de uma vida bem-sucedida, os cristãos devem livremente decidir-se por ela, senão eles desprezam o próprio Jesus, o ‘Mestre sobre a Montanha’, como o ‘Deus-conosco’” (Franz Zeilinger – Entre o Céu e a Terra – Paulinas).

 

Santo do Dia:

Santos Guilherme de Vercelli e Máximo de Turim, abade e bispo. Guilherme nasceu em Vercelli em 1085 de uma família nobre. Aos quinze anos vestiu o hábito monástico, fez peregrinações pela Europa visitando os santuários famosos. Tendo sofrido um assalto e sendo ferido, refugiou-se na desabitada montanha de Montevergine, onde fundou uma congregação beneditina, tendo fundado outras congregações monásticas, o abade Guilherme faleceu no dia 24 de junho de 1142 no mosteiro de Goleto. Seu corpo foi transferido em 1807 para Montevergine. Em 1942 Pio XII declarava-o padroeiro principal da Irpínia. São Máximo foi bispo de Turim, nascido mais ou menos na metade do séc. IV no Piemonte e morreu entre 408 e 423. É considerado o fundador da diocese de Turim. Seu grande empenho apostólico teve destaque pelos seus sermões, claros e persuasivos. Quando tratava dos temas de catequese dogmática, sua palavra iluminadora hauria plenamente das páginas da Sagrada Escritura, que interpretava com perfeita ortodoxia.

 Pe. João Bosco Vieira Leite