(2Rs 24,8-17; Sl 78[79]; Mt 7,21-29)
12ª Semana do Tempo Comum.
“Nem todo aquele que
me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino dos céus, mas o que põe em prática a
vontade de meu Pai que está nos céus” Mt 7,21.
“O caráter ameaçador
de uma existência dividida é de tal modo excessivamente aguçada que a exortação
é revestida de uma cena de juízo apocalíptico. O Senhor escatológico
sentenciará ao anátema os cristãos que levaram ‘uma vida dupla’, na qual seu
‘exterior’ e seu ‘interior’ não se harmonizam. Eles devem estar sempre
conscientes de que a observância formalmente exata de normas exteriores não
recebe aprovação por parte de seu Senhor, mas somente uma vida de fé dinâmica,
fundada na disposição de fazer a vontade do Pai de Jesus Cristo por amor a Deus
e aos semelhantes. Com isso, a seção açoita um fenômeno que estava presente
desde o começo da Igreja e que foi mantido como uma acusação permanente contra
cristãos confessos e anunciadores até hoje (cf. Mt 23,27-28). Na discrepância
entre ser e parecer reside o perigo íntimo do cristianismo. Se o Sermão da
Montanha traça o cristão ideal, então se trata de, comparando-se a ele, mudar
constantemente a própria vida e revisá-la no sentido do quadro ideal. A última
seção (vv. 24-27) contém a defesa conclusiva em prol do ‘ensinamento sobre a
montanha’. Escolhê-lo como base da própria vida é sinal de prudência. Ele é a
‘rocha’ que não pode ser autoconstruída. Ele contém as palavras autorizadas do
Senhor, sobre as quais a vida pode significativa e seguramente transcorrer e
desenvolver-se. A antítese mostra aquele insensato leviano que transcura o
ensinamento do Senhor como fundamento da vida e, consequentemente, constrói
apenas um ‘castelo no ar’, pois a obsequiosa palavra de Cristo só salva a pessoa
que a põe em prática. Se isso não acontece, pode-se contar com a ruína daquilo
que o ser humano fez por si e para si: nada subsiste. Visto que se oferece a
possibilidade de uma vida bem-sucedida, os cristãos devem livremente decidir-se
por ela, senão eles desprezam o próprio Jesus, o ‘Mestre sobre a Montanha’,
como o ‘Deus-conosco’” (Franz Zeilinger – Entre o Céu e a
Terra – Paulinas).
Santo do Dia:
Santos Guilherme de
Vercelli e Máximo de Turim, abade e bispo. Guilherme nasceu
em Vercelli em 1085 de uma família nobre. Aos quinze anos vestiu o hábito
monástico, fez peregrinações pela Europa visitando os santuários famosos. Tendo
sofrido um assalto e sendo ferido, refugiou-se na desabitada montanha de
Montevergine, onde fundou uma congregação beneditina, tendo fundado outras
congregações monásticas, o abade Guilherme faleceu no dia 24 de junho de 1142
no mosteiro de Goleto. Seu corpo foi transferido em 1807 para Montevergine. Em
1942 Pio XII declarava-o padroeiro principal da Irpínia. São Máximo foi bispo
de Turim, nascido mais ou menos na metade do séc. IV no Piemonte e morreu entre
408 e 423. É considerado o fundador da diocese de Turim. Seu grande empenho
apostólico teve destaque pelos seus sermões, claros e persuasivos. Quando
tratava dos temas de catequese dogmática, sua palavra iluminadora hauria
plenamente das páginas da Sagrada Escritura, que interpretava com perfeita
ortodoxia.
Pe. João Bosco Vieira Leite