Segunda, 15 de junho de 2020

(1Rs 21,1-16; Sl 05; Mt 5,38-42) 

11ª Semana Comum.

“Eu, porém, vos digo, não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário,

se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda!” Mt 5,39.

“É contra a lógica, é contra o bom senso, é contra o impulso natural do ser humano não reagir. Ser ferido e ficar quieto é fraqueza. Falta de brio. Não resistir é incentivar o malvado a praticar outra injustiça. Engolir uma ofensa tem como consequência o recalque, a mágoa guardada para sempre. Por isso, o melhor é resistir e revidar. É lógico. E dessa lógica estamos, no fundo, convencidos. Somos ainda adeptos do olho por olho. Nossos super-heróis e justiceiros devem ter punhos de aço. Não devem dar trégua aos super-bandidos que estão sempre armando novas ciladas. O que as crianças assistem nos desenhos e filmes, os grandes praticam na vida real. Olho por olho: o patrão paga mal, o empregado, ‘por justiça’, trabalha mal; o governo esbanja, o contribuinte sonega; o marido trai, a esposa o abandona; o pivete rouba, mata-se o pivete; se o bandido mata, defende-se a pena de morte. Se a lógica criasse um mundo mais justo já estaríamos vivendo no paraíso. Ao contrário, o que vemos vigorar é a lei do mais forte, a violência que gera violência, o privilégio valer mais que o direito. Cada justiça feita por vingança gera novas injustiças. O ‘eu, porém vos digo’ do Evangelho supera a justiça do senso comum. Jesus Cristo é o grande ‘porém’ que institui outra lógica. Interrompe o ‘eu te bato, tu me bates’ e começa o ‘eu te amo, tu me amas’. Mesmo que para isso eu apanhe duas vezes. Ou, para seguir o exemplo do Mestre, mesmo que para isso eu tenha que dar a vida. Oferecer a outra face não é, de modo algum, gesto passivo e omisso diante da injustiça. É o protesto que grita mais alto. – Senhor da Paixão, modelai nossos pensamentos, atitudes e palavras. Fazei-nos compreender a força da semente que morre na terra para tornar-se vida. Ensinai-nos a perder a nossa vida para ganhar plenamente a vida do vosso reino. Amém (João Bosco Barbosa – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 

Santo o Dia:

São Vito, mártir. Siciliano de nascimento, com apenas sete anos já é cristão convicto e começa a operar vários prodígios. O presidente Valeriano ordena sua prisão e tenta com adulações e com ameaças fazê-lo apostatar. Mas de nada valem também os apelos de seu próprio pai, pagão obstinado. O pequeno tem ao seu lado e exemplo de coragem e fidelidade, o pedagogo Modesto e a nutriz Crescência. Os três foram milagrosamente libertados por um anjo e puderam se retirar para Lucânia, onde continuaram a dar testemunho da sua fé com palavras e prodígios. A fama de são Vito chegou até os ouvidos de Deocleciano, cujo filho estava epilético. São Vito foi levado a Roma, curou o moço e por recompensa foi torturado e jogado novamente ao cárcere. Mas o anjo liberta-o e finalmente, voltando a Lucânia, Vito pode dar testemunho pelo martírio. Vito foi um dos santos mais populares da Idade Média. Sua figura foi envolvida por muitas lendas e assim torna-se impossível distinguir o que é verdadeiro do que é lendário. Não obstante o verniz lendário, são Vito, talvez não tanto como menino nem taumaturgo, continua estimulando a vivência cristã de tantos que levam o seu nome. 

Pe. João Bosco Vieira Leite