Segunda, 08 de junho de 2020

(1Rs 17,1-6; Sl 121[120]; Mc 5,1-12) 

10ª Semana do Tempo Comum.

“Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se e Jesus começou a ensiná-los” Mt 5,1-2.

“O Sermão da Montanha é o primeiro discurso de Jesus. Creio que em nenhum outro texto os intérpretes gastaram tanto as suas forças quanto nesse. E a pergunta mais recorrente foi sempre essa: será que é possível observar os mandamentos que Jesus prega nesse sermão? Em nosso tempo, até já se discutiu se é possível fazer política com o Sermão da Montanha. Desde sempre, esse discurso de Jesus foi visto como a mensagem central do Novo Testamento, de modo que nenhum cristão pode passar por esse texto sem que seja interpelado por Jesus se está disposto a aceitar essas determinações. [...] As oito atitudes pelas quais o ser humano se revela como filho e filha de Deus e como irmão e irmã de Jesus são estas: a pobreza de espírito (uma atitude espiritual pela qual em me desfaço de tudo para pôr a minha confiança em Deus), o luto (pelo qual o suposto a certeza de minha própria insuficiência e a dicotomia entre o Deus misericordioso e o meu comportamento desleixado), a não-violência (pelo qual trato com brandura a mim mesmo e aos outros), a fome de justiça, a misericórdia, a pureza de coração (limpidez interna), a ação em prol da paz e a disposição a ser perseguido por causa da justiça. No fundo, trata-se de oito virtudes de que o homem necessita para levar uma vida prestável e realizada. São atitudes que diferem daquelas virtudes que costumavam aparecer nos catálogos gregos. Nessas atitudes revela-se a figura de Jesus e a verdadeira imagem do discípulo de Jesus. Todas essas atitudes são recompensadas por Deus. A imagem da recompensa não deve ser entendida materialmente. As virtudes trazem a sua recompensa dentro de si. Aquele que tem um coração puro é capaz de ver Deus, quem é puro em seu coração possui já agora o reino dos céus. Como já está aberto para Deus, experimenta em Deus a satisfação de seus desejos” (Anselm Grun – Jesus, Mestre da Salvação – Vozes).

 

Santo do Dia:

Santo Efrém, diácono e doutor da Igreja. Nascido em Nisibi, na Mesopotâmia setentrional, no início do séc. IV, provavelmente em 306. Temos pouca informação sobre sua vida. Ele tinha sete anos quando Constantino emanou o edito de Milão. Ao que parece Efrém não tinha muita liberdade de culto no âmbito da própria família, pois seu pai era sacerdote pagão, enquanto sua mãe lhe dava uma formação cristã. Foi expulso de casa e aos 18 anos recebeu o batismo, passando a viver do próprio trabalho como servidor de um balneário público em Edessa, onde foi feito diácono e dirigiu uma escola. Divulgava a verdade cristã através da poesia, mesmo em suas homilias e sermões. O profundo conhecimento da Sagrada Escritura oferecia à sua rica veia poética o elemento mais propício para imergir-se nos mistérios da verdade e extrair úteis ensinamentos para o povo de Deus. Ele é também o poeta de Nossa Senhora, à qual endereçou 20 hinos e para com ela teve expressões de terna devoção. Morreu em Edessa a 9 de junho de 373. Bento XV o declarou doutor da Igreja em 1920.

Pe. João Bosco Vieira Leite