(1Rs 17,1-6; Sl 121[120]; Mc 5,1-12)
10ª Semana do Tempo Comum.
“Vendo Jesus as multidões,
subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se e Jesus começou a
ensiná-los” Mt 5,1-2.
“O Sermão da Montanha
é o primeiro discurso de Jesus. Creio que em nenhum outro texto os intérpretes
gastaram tanto as suas forças quanto nesse. E a pergunta mais recorrente foi
sempre essa: será que é possível observar os mandamentos que Jesus prega nesse
sermão? Em nosso tempo, até já se discutiu se é possível fazer política com o
Sermão da Montanha. Desde sempre, esse discurso de Jesus foi visto como a
mensagem central do Novo Testamento, de modo que nenhum cristão pode passar por
esse texto sem que seja interpelado por Jesus se está disposto a aceitar essas
determinações. [...] As oito atitudes pelas quais o ser humano se revela como
filho e filha de Deus e como irmão e irmã de Jesus são estas: a pobreza de
espírito (uma atitude espiritual pela qual em me desfaço de tudo para pôr a
minha confiança em Deus), o luto (pelo qual o suposto a certeza de minha
própria insuficiência e a dicotomia entre o Deus misericordioso e o meu
comportamento desleixado), a não-violência (pelo qual trato com brandura a mim
mesmo e aos outros), a fome de justiça, a misericórdia, a pureza de coração
(limpidez interna), a ação em prol da paz e a disposição a ser perseguido por causa
da justiça. No fundo, trata-se de oito virtudes de que o homem necessita para
levar uma vida prestável e realizada. São atitudes que diferem daquelas
virtudes que costumavam aparecer nos catálogos gregos. Nessas atitudes
revela-se a figura de Jesus e a verdadeira imagem do discípulo de Jesus. Todas
essas atitudes são recompensadas por Deus. A imagem da recompensa não deve ser
entendida materialmente. As virtudes trazem a sua recompensa dentro de si.
Aquele que tem um coração puro é capaz de ver Deus, quem é puro em seu coração
possui já agora o reino dos céus. Como já está aberto para Deus, experimenta em
Deus a satisfação de seus desejos” (Anselm Grun – Jesus,
Mestre da Salvação – Vozes).
Santo do Dia:
Santo Efrém, diácono e doutor da
Igreja. Nascido em Nisibi, na Mesopotâmia setentrional, no início do séc. IV,
provavelmente em 306. Temos pouca informação sobre sua vida. Ele tinha sete
anos quando Constantino emanou o edito de Milão. Ao que parece Efrém não tinha
muita liberdade de culto no âmbito da própria família, pois seu pai era
sacerdote pagão, enquanto sua mãe lhe dava uma formação cristã. Foi expulso de
casa e aos 18 anos recebeu o batismo, passando a viver do próprio trabalho como
servidor de um balneário público em Edessa, onde foi feito diácono e dirigiu
uma escola. Divulgava a verdade cristã através da poesia, mesmo em suas
homilias e sermões. O profundo conhecimento da Sagrada Escritura oferecia à sua
rica veia poética o elemento mais propício para imergir-se nos mistérios da
verdade e extrair úteis ensinamentos para o povo de Deus. Ele é também o poeta
de Nossa Senhora, à qual endereçou 20 hinos e para com ela teve expressões de
terna devoção. Morreu em Edessa a 9 de junho de 373. Bento XV o declarou doutor
da Igreja em 1920.
Pe. João Bosco Vieira Leite