11ª Domingo do Tempo Comum – Ano A

(Ex 19,2-6; Sl 99[100]; Rm 5,6-11; Mt 9,36—10,8).

1. Nossa liturgia da Palavra se abre com essa memória da pausa no caminho pelo deserto, ao pé da montanha, onde Moisés é chamado para transmitir ao povo a Aliança de Deus. Ela se dá num exercício contínuo de escuta, que fará deles um povo santo, diferente dos demais.

2. A consciência de ser um povo escolhido e ter a Deus como pastor, ressoa na alegre composição do salmo 99. Para os cristãos, esse amor de Deus se expressa na entrega de Cristo pela salvação da humanidade, segundo Paulo, mesmo quando ainda éramos pecadores. Eis o motivo de nossa alegria no Senhor.

3. Assim ele nos diz que a condição requerida para vivermos reconciliados com Deus não consiste tanto na procura autônoma de perfeição, mas na abertura ao dom imenso do Seu amor, que se manifestou na oferenda de Cristo por nós. Algo que não podemos deixar de meditar nos altos e baixos do caminhar.

4. Jesus dá continuidade ao pastoreio do Pai sobre seu povo, por isso convoca os Doze, uma recordação das doze tribos de Israel, para colaborarem com Ele nessa missão de levar o anúncio do Reino, começando pelos descendentes do antigo Israel.

5. É por este povo cansado e abatido, como no olhar do Pai no passado ao povo no deserto, que o coração de Jesus se comove. Esse olhar vai além do Antigo Israel e se estende à todas as multidões cansadas e sem pastor, desde aquele tempo até os nossos dias. E de fato estamos cansados... mas não perdidos.

6. O agir dos apóstolos é uma continuidade e imitação do agir de Cristo. Ao mesmo tempo, Ele dá a compreender a este mesmo povo esse caráter sacerdotal que está para além dos lugares sagrados, mas que tem a ver com a nossa vida entregue em comunhão, com todo seu peso, em cada ambiente e em cada momento da nossa existência.

7. Assim como no passado, Deus nos chama, nos escolhe e acolhe na gratuidade do Seu agir, não porque sejamos mais santos ou melhores que os outros. Assim podemos compreender como deve ser a nossa aproximação para com os demais irmãos e irmãs que encontramos ao longo do caminho. Um estilo de vida que devemos adotar, nos indica a Palavra.    

Pe. João Bosco Vieira Leite