(2Rs 25,1-12; Sl 136[137]; Mt 8,1-4)
12ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus estendeu a
mão, tocou e disse: ‘Eu quero, fica limpo’.
No mesmo instante, o
homem ficou curado da lepra” Mt 8,3
“Não é a vontade de
Deus que ninguém sofra. O sonho de Deus é um sonho de comunhão, de
fraternidade, onde o ser humano tenha desenvolvido suas capacidades e se
comprometa ao cuidado com o outro e com toda a criação, sabendo reconhecer e
celebrar seu Criador nesse serviço. A situação da lepra no tempo de Jesus não
era apenas uma doença de pele, mas indicava um fator social de exclusão. O
leproso era considerado marcado por Deus com uma maldição. Tanto é que era
excluído do convívio, relegado liberalmente à marginalidade. O desejo de Jesus
é limpar essa concepção da realidade, purificar o coração de uma sociedade que
exclui por medo e ignorância, seja quanto à higiene, seja quanto à religião. É
justamente ao marginalizado que Jesus estende a mão. É ao desamparado que Jesus
fala, que Jesus quer ajudar e recuperar. Não é simplesmente uma ovelha perdida,
mas uma ovelha abandonada, sacrificada em prol de um suposto bem maior,
coletivo, tanto era o medo de contaminação física e espiritual. O toque de Deus
santifica, renova o mesmo toque da criação, que tudo já criara bom. Cura a
maldade, transforma e renova o próprio mundo e a realidade. Deus toca porque é
presente, companheiro, próximo de nós. Porque nos ama. – Senhor, após o
sexto dia da criação. Tu viste que tudo era bom. Por que nosso egoísmo teima em
espalhar a maldade pelo mundo? Queremos viver a liberdade que nos deste como
dom para o cuidado da criação, dom que santifica ainda mais tua obra. Queremos
superar o moralismo e a amargura de nosso coração, que dualiza a realidade e
tem o mundo por mau. Ilumina nosso coração, Senhor, abre nossos olhos. Amém” (Clauzemir
Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).
Santo do Dia:
Santos João e
Paulo, mártires. Irmãos de sangue e de fé, nascidos no séc. IV, eram ricos e
generosos para com os pobres. Foram vítimas de perseguição do imperador romano
(talvez Juliano, o Apóstata) que também desejava tomar-lhes os bens. Por
rejeitarem o culto à estátua de Júpiter, foram decapitados secretamente em sua
casa e aí sepultados, na noite de 26 de junho de 362. Tempos depois, sobre essa
casa foi erguida uma igreja.
Pe. João Bosco Vieira Leite