(Am 2,6-10.13-16; Sl 49[50]; Mt 8,18-22)
13ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus lhes
respondeu: ‘As raposas têm suas tocas e as aves dos céus têm seus ninhos;
mas o Filho do homem
não tem onde reclinar a cabeça’” Mt 8,20.
“A expressão ‘Filho do
homem’ (v. 20) é usado no Evangelho de hoje num contexto de humildade e de
escondimento, contratante com a aura de glória que no Antigo Testamento
revestia essa figura, típica da linguagem apocalíptica na qual designava o
Messias. ‘Filho do homem’ é de fato o único título que Jesus atribuiu a Si
mesmo, mas Ele cita-o utilizando um duplo registo de glorificação e de
sofrimento, completamente original num tempo em que ao Messias eram
reconhecidos somente atributos de glória e de honra. Identificando-se com a
sorte do Filho do homem, Jesus indicará o Seu sucesso glorioso à direita do
Pai, mas também o caminho de serviço que O conduzirá à Paixão. O Mestre
traça com radicalidade as linhas da sequela: antes de mais, seguir o Filho do
homem comporta um desapego drástico dos bens terrenos, diversamente do que
faziam os escribas, categoria de peritos da Lei, que constituíam uma classe
honrada, senão rica; em segundo lugar, significa segui-lo no mundo novo que
está nascendo, abandonando um mundo já incapaz de dar a vida” (Giuseppe Casarin
– Lecionário Comentado [Tempo Comum] – Paulus).
Santo do Dia:
São Pedro e São Paulo, Apóstolos e
mártires. “A festa, ou melhor, a solenidade dos santos Pedro e Paulo é uma das
mais antigas e mais solenes do ano litúrgico. Ela foi inserida no santoral
muito antes da festa do Natal e havia desde o século IV o costume de celebrar
neste dia três Missas. A primeira na basílica de são Pedro no Vaticano, a
segunda na basílica de são Paulo fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de
são Sebastião, onde as relíquias dos dois Apóstolos tiveram de ser escondidas
por algum tempo para subtraí-las à profanação. Há um eco deste costume no fato
de que além da Missa do dia é previsto um formulário para a Missa vespertina da
vigília. Depois da Virgem Santíssima, são precisamente são Pedro e são Paulo,
juntamente com João Batista, os santos comemorados mais frequentemente e com
maior solenidade no ano litúrgico: além da festa do dia 29 de junho há de fato
o dia 25 de janeiro (conversão de São Paulo), 22 de fevereiro (cátedra de São
Pedro) e 18 de novembro (dedicação das basílicas dos santos Pedro e Paulo). Por
muito tempo se pensou que 29 de junho fosse o dia em que, no ano 67, são Pedro
na colina Vaticana e são Paulo na localidade agora denominada Três Fontes
testemunharam sua fidelidade a Cristo com o derramamento do sangue. Na
realidade, embora o fato do martírio seja um dado histórico incontestável, e
está além disso provado que isto aconteceu em Roma durante a perseguição de
Nero, é incerto não só o dia, mas até o ano da morte dos dois apóstolos.
Enquanto para são Paulo existe uma certa concordância entre testemunhas antigas
indicando o ano 67, para são Pedro há muitas discordâncias, e os estudiosos
parecem preferir agora o ano 64, ano em que, como atesta também o historiador
pagão Tácito, ‘uma enorme multidão’ de cristãos perecem na perseguição que se
seguiu ao incêndio de Roma. Parece também que a festa do dia 29 de junho tenha
sido a cristianização de uma celebração pagã que exaltava as
figuras de Rômulo e Remo, os dois fundadores da Cidade eterna. São Pedro e são
Paulo de fato, embora não tenham sido os primeiros a trazer a fé a Roma, foram
realmente os fundadores da Roma cristã: um dos hinos do novo
breviário fala de Roma que foi ‘fundada em tal sangue’. A palavra e o sangue
são a semente com que os santos Pedro e Paulo, unidos com Cristo, geraram e
geram a Roma cristã e a Igreja inteira” (Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini
– Um Santo para cada dia – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite